O Papa Bento XVI apelou hoje, em Luanda, a todos os que "ocupam cargos públicos" para se preocuparem com os mais necessitados, com o bem comum, e defendeu a solidariedade em nome da "partilha equitativa" da riqueza.
Ou seja, disse o que o Alto Hama e muitos outros que constam da listagem de inimigos do regime de Angola (que não dos angolanos) têm dito ao longo dos tempos: os poucos que têm milhões devem (deveriam) preocupar-se com os milhões que têm pouco.
"Se me permitissem um apelo final seria para pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos políticos públicos visto que a sua intenção, estou certo, é desempenhar a missão recebida não para si mesmo mas em vista do bem comum”, disse Bento XVI, no final de uma visita de quatro dias a Angola.
Nesta matéria é caso para dizer, bem prega o Santo Padre. Prega no deserto, mas prega.
“O nosso coração não pode estar em paz enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de um tecto ou de outros bens fundamentais", disse o Papa, na cerimónia de despedida no aeroporto de Luanda.
Isso é o que diz o Papa. Ao contrário dos dirigentes do regime que se estão nas tintas para o facto de perto de 70% da população angolana viver (se é que se pode chamar viver) na miséria.
Bento XVI que agradeceu ao chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, o "tratamento fidalgo" com que foi recebido pelas autoridades e defendeu, no discurso de despedida, a solidariedade como um valor capaz de vencer a injustiça social.
"Para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos em humanidade, o primeiro desafio a vencer é o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes, que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra, entre todos os homens", referiu Bento XVI.
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