O ministro dos Assuntos Parlamentares de Portugal escusou-se hoje a debater as candidaturas ao quinto canal, apesar de ter sido desafiado pelo porta-voz da Telecinco, argumentando não ser o Governo que deve avaliar a qualidade dos projectos. Nem mesmo quando são de vão de escada?
"Não é ao Governo que compete avaliar a qualidade dos projectos, é à entidade reguladora" para a comunicação social (ERC), afirmou Augusto Santos Silva, considerando que "estaria a desrespeitar a lei se aceitasse participar em qualquer debate público sobre qualquer das propostas".
Ah! Então é isso. É um estanho conceito de respeito pela lei quando, na véspera, disse que não se poderia entregar um canal a “projectos de vão de escada”. Eu sei que há vãos e vãos e escadas e escadas.
O porta-voz da candidata ao quinto canal de televisão em sinal aberto, Carlos Pinto Coelho, desafiou hoje o ministro a participar num debate público para discutir a "qualidade do seu projecto".
Ora, ora caro Carlos Pinto Coelho, isso seria pedir demasiado a um ministro que quando ouve falar em jornalistas e, dentro destes, sabe que algum se chama Rangel, “puxa” logo da pistola.
Recordo que o Emídio, esse mesmo, o Rangel disse de Santos Silva: “Não tenho o mínimo de consideração nem de respeito intelectual pelo saloio que detém no Governo a pasta da Comunicação Social…; pelas baboseiras e falta de rigor que punha nas crónicas do ‘Público’, pela arrogância e pesporrência que exibia quando era ministro da Educação e logo a seguir da Cultura, sem ter feito nada, mesmo nada, nem pela educação nem pela cultura, porque o considero um dos ministros mais incompetentes do Governo de José Sócrates…”
O desafio de Carlos Pinto Coelho foi avançado na sequência de declarações de Santos Silva, que quarta-feira afirmou na comissão de Ética da Assembleia da República que "não se pode entregar [o 5º canal] a um projecto de vão de escada".
Considerando tratar-se de um "equívoco", Santos Silva esclarece que não conhece o teor de nenhum dos projectos, que nunca apreciou qualquer das candidaturas, que não se pronuncia sobre o teor da decisão da ERC e que não fez qualquer referência ao conteúdo das candidaturas apresentadas.
Equívoco? Certamente. Alguma vez o ministro falaria de vãos de escada? Claro que não. Aliás essa é uma expressão que não consta do léxico mais do que erudito de alguém que trata por tu tudo quando é cultura.
Basta ver que foi antigo colunista do jornal “Público” (1992-1999, 2002-2005), cronista da “TSF-Rádio Jornal” (1997-1998), colaborador da Página Cultural do “Jornal de Notícias” (1978-1986) e director do “Acção Socialista”, órgão oficial do PS (2002-2005).
O ministro recordou ainda que o concurso foi lançado pelo Governo, mas conduzido pela ERC que "é independente do Governo". Aliás, nem precisava de dizer. Todos, desde Portugal ao Burkina Faso, sabem qual é o conceito de independência que impera neste reino.
"O equívoco decorre de ter dito que num eventual novo concurso, os critérios e requisitos seriam tão exigentes como os deste concurso, porque uma licença de 15 anos tem que ser atribuída a quem garantir níveis de exigência fortes", esclareceu como titular da pasta da propaganda de um governo que só quer acabar com os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS).
"O equívoco decorre de ter dito que num eventual novo concurso, os critérios e requisitos seriam tão exigentes como os deste concurso, porque uma licença de 15 anos tem que ser atribuída a quem garantir níveis de exigência fortes", esclareceu como titular da pasta da propaganda de um governo que só quer acabar com os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS).
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