Isaac Wambembe, delegado da UNITA em Portugal, foi entrevistado pelo Correio da Manhã. Entre o que disse e que deveria ter dito vai uma imensidão. Mas se é isso que o presidente do partido, Isaías Samakuva, quer...
À pergunta “O que mais deseja na cooperação com Portugal?”, Wambembe respondeu: “Apelo ao reforço da cooperação em todas as áreas, mas principalmente nos sectores da Saúde, Educação e Transportes”.
Se calhar o delegado da UNITA pensou que representava o MPLA, ou o Governo, por sinal são uma e a mesma coisa. Ou então, de facto, a UNITA é isso msmo que espera de Portugal.
“Que papel desempenha o delegado da UNITA em Portugal?”, perguntou o jornal.
Wambembe respondeu: “Somos uma delegação e representamos os militantes da UNITA em Portugal. O objectivo é levar os angolanos afectos à UNITA para Angola, para ajudar a desenvolver o país. Temos muitos estudantes que estão a concluir as suas formações e outras pessoas que têm projectos que devem ser incluídos no quadro do desenvolvimento do país. Para regressarmos é preciso saber em que condições serão acolhidos, e tudo isto está a ser tratado com a embaixada e o consulado angolanos em Lisboa”.
Não está mal. O delegado do maior partido da Oposição, do partido que (penso eu) aspira a ser alternativa, limita-se a um discurso subserviente, não vá o todo poderoso MPLA ficar zangado.
Depois de dizer que o MPLA domina tudo mas que “vai ter de compreender que precisa da ajuda de todos os angolanos”, Wambembe diz que o que mais o preocupa em Angola “é salvar aquele povo sem voz”.
E como é que isso se faz? Wambembe responde: “ajudando o governo a criar condições para toda a gente”.
“Aquele povo”? Ajudar o governo? Bom, se – parafraseando Wambembe – aquela UNITA quer este delegado, nada há a fazer.
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