O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, apelou ontem, no município do Mussende, província do Kwanza Sul, aos militantes para reflectirem profundamente sobre o estado de organização interna do partido.
Mas será que essa reflexão vale a pena? Ou é apenas mais um repto retórico para cumprir calendário? É que não têm faltado reflexões que, no fim de contas, são atiradas para o lixo.
Smakuva que discursava no acto central das celebrações do 43º aniversário da fundação da UNITA, assinalado na sexta-feira, adiantou que essa reflexão deve permitir ao partido "ganhar forças para os futuros desafios".
"É necessário que se faça um trabalho árduo em prol dos ideais do partido, tendo em conta o actual contexto da vida política do país", afirmou, exortando todos os dirigentes, militantes e simpatizantes da UNITA a trabalharem para mudar o curso dos resultados obtidos nas últimas eleições legislativas.
Legislativas nas quais a UNITA teve apenas 572.523 votos a que correspondem a 10,36% e 16 deputados na Assembleia Nacional, contra os 70 da legislatura anterior resultante das eleições gerais de 1992.
Vamos lá, então, reflectir mais um pouco. Perante o desastre eleitoral, Samakuva mexeu na equipa dirigente, baralhou tudo e voltou a dar para, presumi na altura, dar um novo dinamismo à máquina partidária. Hoje presumo menos.
Ninguém melhor, penso, do que Samakuva para saber se a UNITA vai conseguir viver sem comer. Temo que, apesar da muita experiência, um dia destes se venha dizer, venha o MPLA dizer, que exactamente quando estava mesmo, mesmo a saber viver sem comer, a UNITA morreu.
A UNITA teima, veja-se o que (não) faz o seu representante em Portugal, em confundir as esquinas da vida com a vida nas esquinas. Continua a preferir ser assassinada pelo elogio do que salva pela crítica. E quando assim é...
A UNITA está a gastar balas preciosas para matar a onça que já está morta, ficando-se sem munições para disparar contra o leão que está de atalaia.
Depois de perdida (embora com muita batota) a batalha das legislativas, continuo a pensar que a UNITA escolheu os seus “generais” para a “guerra” política e até mesmo para as presidenciais (se as houver), baseada em critérios de parca consistência.
Continuo a pensar que se Jonas Savimbi fosse vivo, grande parte destes “generais” não passava de “cabos”. “Cabos” que, recorde-se, passarem a generais nas FAA e o ajudaram a matar.
E, para – apesar de tudo - meu penar, não sou o único (longe disso) a pensar assim. Sou, eu sei, dos poucos que publicamente assume esta tese. Tenho, no entanto, recebido testemunhos com chipala e nome, que comprovam que o Estado-Maior da UNITA continua a querer ganhar a “guerra” com “generais” que ao primeiro “tiro” vão para o outro lado da barricada ou, na melhor das hipóteses, levantam os braços e içam um pano branco.
O sacrificado povo angolano, mesmo sabendo que foi o MPLA que o pôs de barriga vazia, não viu e não vê na UNITA a alternativa válida que durante décadas lhe foi prometida, entre muitos outros, por Jonas Savimbi, António Dembo, Paulo Lukamba Gato, Alcides Sakala e Samuel Chiwale.
De há muito que pergunto: Terá sido para isto que Jonas Savimbi lutou e morreu? E lá vou acrescentando: Não. Não foi. E é pena que os seus ensinamentos, tal como os seus muitos erros, de nada tenham servido aos que, sem saberem como, herdaram o partido.
Continuo a lamentar que os que sempre tiveram a barriga cheia nada saibam, nem queiram saber, dos que militaram na fome, mas que se alimentaram com o orgulho de ter ao peito o Galo Negro.
Também é pena, importa continuar a dizê-lo, que todos aqueles que viram na mandioca um manjar dos deuses estejam, como parece, rendidos à lagosta dos lugares de elite de Luanda.
Se calhar também é de lamentar que figuras sem passado, com discutível presente, queiram ter um futuro à custa da desonra dos seus antepassados que deram tudo o que tinham, incluindo a vida, para dignificar os Angolanos.
Vamos lá, então, reflectir mais um pouco. Perante o desastre eleitoral, Samakuva mexeu na equipa dirigente, baralhou tudo e voltou a dar para, presumi na altura, dar um novo dinamismo à máquina partidária. Hoje presumo menos.
Ninguém melhor, penso, do que Samakuva para saber se a UNITA vai conseguir viver sem comer. Temo que, apesar da muita experiência, um dia destes se venha dizer, venha o MPLA dizer, que exactamente quando estava mesmo, mesmo a saber viver sem comer, a UNITA morreu.
A UNITA teima, veja-se o que (não) faz o seu representante em Portugal, em confundir as esquinas da vida com a vida nas esquinas. Continua a preferir ser assassinada pelo elogio do que salva pela crítica. E quando assim é...
A UNITA está a gastar balas preciosas para matar a onça que já está morta, ficando-se sem munições para disparar contra o leão que está de atalaia.
Depois de perdida (embora com muita batota) a batalha das legislativas, continuo a pensar que a UNITA escolheu os seus “generais” para a “guerra” política e até mesmo para as presidenciais (se as houver), baseada em critérios de parca consistência.
Continuo a pensar que se Jonas Savimbi fosse vivo, grande parte destes “generais” não passava de “cabos”. “Cabos” que, recorde-se, passarem a generais nas FAA e o ajudaram a matar.
E, para – apesar de tudo - meu penar, não sou o único (longe disso) a pensar assim. Sou, eu sei, dos poucos que publicamente assume esta tese. Tenho, no entanto, recebido testemunhos com chipala e nome, que comprovam que o Estado-Maior da UNITA continua a querer ganhar a “guerra” com “generais” que ao primeiro “tiro” vão para o outro lado da barricada ou, na melhor das hipóteses, levantam os braços e içam um pano branco.
O sacrificado povo angolano, mesmo sabendo que foi o MPLA que o pôs de barriga vazia, não viu e não vê na UNITA a alternativa válida que durante décadas lhe foi prometida, entre muitos outros, por Jonas Savimbi, António Dembo, Paulo Lukamba Gato, Alcides Sakala e Samuel Chiwale.
De há muito que pergunto: Terá sido para isto que Jonas Savimbi lutou e morreu? E lá vou acrescentando: Não. Não foi. E é pena que os seus ensinamentos, tal como os seus muitos erros, de nada tenham servido aos que, sem saberem como, herdaram o partido.
Continuo a lamentar que os que sempre tiveram a barriga cheia nada saibam, nem queiram saber, dos que militaram na fome, mas que se alimentaram com o orgulho de ter ao peito o Galo Negro.
Também é pena, importa continuar a dizê-lo, que todos aqueles que viram na mandioca um manjar dos deuses estejam, como parece, rendidos à lagosta dos lugares de elite de Luanda.
Se calhar também é de lamentar que figuras sem passado, com discutível presente, queiram ter um futuro à custa da desonra dos seus antepassados que deram tudo o que tinham, incluindo a vida, para dignificar os Angolanos.
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