Cerca de 30% das crianças que dão entrada na pediatria do Hospital Geral da Machava, em Maputo, a maior unidade de assistência a doentes de tuberculose em Moçambique, estão infectados pelo vírus da SIDA, indicou aquele estabelecimento.
Talvez por não ser nada de novo se justifique o silêncio criminoso dos países e das entidades com alguma responsabilidade na ajuda que deveriam dar. Concretamente Portugal e a CPLP.
Segundo o director-clínico do Hospital Geral da Machava, Hilário Joaquim, a maioria das crianças atendidas nesta unidade sofrem de doenças causadas pelo HIV, principalmente pneumonia, para além de malária e malnutrição.
Creio que um dia destes, certamente pela voz de João Gomes Cravinho, ficaremos a saber que a dita Comunidade de Países de Língua Portuguesa está preocupada e vai enviar uma comissão a Moçambique para analisar a situação.
Tem sido sempre assim e, pelos vistos, sempre assim será. À boa maneira de quem varre o lixo para debaixo do tapete.
“Estimamos que cerca de 30% das crianças recebidas neste hospital estão infectadas pelo HIV. Quando a criança fica gravemente doente, damos tratamento anti-retroviral e recomendámos às mães que sigam também este tratamento”, afirmou Hilário Joaquim.
O facto de a maioria das mulheres grávidas em Moçambique não cumprirem o tratamento que impede a transmissão do vírus da mãe para o bebé justifica o elevado índice de infecção por HIV em muitos recém-nascidos, disse ainda o director-clínico do Hospital Geral da Machava.
O desconhecimento do estado de seroprevalência por parte das mulheres leva a que amamentem os seus filhos, expondo-os ao risco de contaminação pela doença, explicou Hilário Joaquim.
Hilário Joaquim apontou igualmente a pobreza extrema em que as famílias moçambicanas vivem como uma das razões que forçam as mulheres infectadas pelo vírus da SIDA a manter o aleitamento materno.
Pois. A CPLP continua a ser fiel à sua prática. Ou seja, defende os poucos que têm milhões e está-se nas tintas para os milhões que têm pouco ou nada. E como a pobreza extrema é a dos outros...
A média diária de entradas na pediatria do Hospital Geral da Machava, equipada com 34 camas, ascende agora a 10 crianças, uma demanda que resulta na ocupação de cada cama por mais de uma criança.
Vergonhoso. Vergonhoso para as autoridades moçambicanas mas não só. Vergonhoso para todos nós que, cada um no seu país, permite governos que só olham para o seu umbigo.
Relativamente a adultos, estão internados naquele hospital 143 pacientes, dos quais 80% infectados pelo vírus da SIDA. Dados oficiais indicam que 16% dos 20,3 milhões de moçambicanos estão infectados pelo HIV/SIDA.
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