O porta-voz do PS de Portugal, Vitalino Canas, bem como próprio secretário-geral e primeiro-ministro, José Sócrates, acusaram hoje o PSD de ter uma visão sectária e partidária do cargo de Provedor de Justiça e de estar a tentar pressionar os socialistas a aceitarem um nome próximo dos sociais-democratas.
Lata, entre outras coisas, não falta nem ao PS nem também ao PSD.
Julgando-se os dois os únicos donos do país, vai daí apresentarem-se a terreiro para uma luta de galos que mais parece de garnisés.
Em declarações à Agência Lusa, Vitalino Canas manifesta também a sua surpresa com a notícia de que o actual provedor, Nascimento Rodrigues, está a pensar abandonar o cargo, considerando que ela sugere uma articulação entre o Provedor e o Partido Social-Democrata.
Ou seja, o PS mede os outros por si próprio. Está-lhes no sangue e não há nada a fazer. É claro que a culpa até nem é (só) deles. É de todos os que lhes passaram um cheque em branco.
"O PSD tem manifestamente uma visão partidária deste cargo e uma visão quase monopolista, uma vez que o PSD nos últimos 19 anos sempre o ocupou e pretende continuar a ocupar, pelos vistos", disse o porta-voz do Partido Socialista.
Tem razão. Mas, na vida pública, Portugal tem vivido entre o PS e o PSD, entre o PSD e o PS. Ou seja, com uma ligeira variante num ou noutro aditivo, são farinha do mesmo saco.
"Não vemos como será possível encontrar na sociedade portuguesa um nome melhor que o do Professor Jorge Miranda", disse Vitalino Canas, acrescentando que se trata de alguém "particularmente insuspeito e que toda a gente conhece como uma pessoa isenta".
É verdade. Tão verdade que nem sequer merecia que o seu nome fosse envolvido nesta disputa de “compra” e de “propriedade” do cargo.
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