No dia 4 de Dezembro de 2007, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, afirmou que a União Europeia devia libertar-se da "bagagem colonial" na relação com África, reconhecendo que o continente “é hoje um igual" com "progressos notáveis" nos últimos anos.
Deverá ter sido na perspectiva de deitar ao lixo a “bagagem colonial” que, no caso de Angola, João Gomes Cravinho comparou, em Novembro de 2005 numa entrevista ao Expresso, Jonas Savimbi a Hitler.
Se o Expresso o entrevistar dentro de algumas semanas, Gomes Cravinho irá dizer certamente que “Nino” Vieira é outro Hitler africano. Isto porque o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal tem coragem suficiente para fazer destas afirmações sobre pessoas depois de eles teram morrido.
Sobre os vivos, por muito mais que eles se assemelhem a Hitler, como é o caso de Robert Mugabe, Cravinho apenas sabe estar calado.
É claro que, com o seu típico ar pesaroso, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação representará bem o governo português no funeral do presidente da Guiné-Bissau, "Nino" Vieira.
João Gomes Cravinho juntar-se-á depois na cidade da Praia à comitiva do primeiro-ministro, José Sócrates, que inicia quinta-feira uma visita oficial a Cabo Verde que, por sinal, inclui nove ministros e sete secretários de Estado. Coisa pouca.
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