O Presidente da República portuguesa fez hoje novo apelo ao diálogo entre forças políticas, autarcas e empresários, sublinhando a importância da conjugação de esforços em “tempos difíceis” como o actual.
Diálogo? Cavaco Silva deve ter descoberto esta forma de gozar com a chipala dos portugueses num qualquer manual do PS. Isto porque o Governo só conhece uma forma de dialogar, e que é a de acabar com os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS), para que todos passem a ser de primeira...
“Todos devem manifestar-se abertos ao diálogo: entre as forças políticas, entre os agentes políticos e os autarcas, entre os agentes políticos e os empresários, entre as forças económicas e os representantes dos trabalhadores”, defendeu o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção na cerimónia de inauguração do maior telescópio público do país, no Centro de Ciência Viva de Constância.
Se calhar foi por ter inaugurado este instrumento óptico (Ritchey-Chrétien de 510 mm) para observações a grande distância, sobretudo dos astros, que Cavaco Silva ficou a ver estrelas. Esqueceu-se, contudo, que no céu dos portugueses não há estrela. Só nuvens. E cada vez mais negras.
Recordando que este seu apelo ao diálogo não é novo, Cavaco Silva sublinhou a importância de existir um “diálogo aprofundado” entre todos os portugueses para “encontrar o melhor caminho para ultrapassar as dificuldades que enfrentamos”.
Continuo a dizer que existe, de facto e de jure, uma forma objectiva para ultrapassar a crise, para manter o emprego, para conseguir um emprego e até para chegar a administrador das empresas portuguesas onde o Governo manda (quase todas). Para isso basta que todos se filiem no PS de José Sócrates.
“O tempo exige sentido de responsabilidade de todos”, enfatizou Cavaco, considerando que “ninguém pode considerar-se excluído” deste imperativo que abrange todos e não só os agentes políticos.
Abrange todos, embora de forma diferente. Os portugueses de primeira têm tudo e mais alguma coisa, os de segunda continuam a ser obrigados a, cada vez mais, pensar com a barriga... vazia.
“A todos os cidadãos exige-se sentido de responsabilidade e vontade de realizar trabalho em comum”, acrescentou Cavaco, esquecendo-se de dizer que o exemplo deve (deveria) partir de cima.
Mas como não parte, continuaremos a ver uma série de mentecaptos, acéfalos e invertebrados transformados em génios só porque são filiados no PS e, dentro destes, amigos de José Sócrates.
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