O ministro das Finanças de Portugal alertou hoje, em Bruxelas, para as "grandes oportunidades de negócios" para as empresas portuguesas abertas pela parceria entre a Caixa Geral de Depósitos e a Sonangol para a constituição de um banco de fomento em Angola.É claro que sim. Os pruridos que outrora alguns países europeus tiveram em relação aos ditos “diamantes de sangue” não se colocam, pelos vistos, em relação ao “petróleo de sangue”.
"Temos aí grandes oportunidades de negócios", declarou Fernando Teixeira dos Santos à entrada de uma reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, acrescentando que "há muito, muito onde investir em Angola".
Sendo o contrário também verdade, importa reconhecer de uma vez por todas que ética e moralidade são coisas que, com ou sem acordo ortográfico, não constam do léxico das ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos.
O primeiro-ministro português e o chefe de Estado angolano, no poder há 30 anos, presidem quarta-feira, em São Bento, à assinatura de uma parceria entre a Caixa Geral de Depósitos e a Sonangol para a constituição de um banco de investimentos que terá sede em Luanda e filial em Lisboa.
Na cerimónia, que ocorrerá depois de uma reunião entre José Sócrates e José Eduardo dos Santos, o acordo de parceria será assinado pelos ministros das Finanças de Portugal e de Angola, assim como pelos presidentes da CGD e da Sonangol.
Sonangol cujo presidente, Manuel Vicente, apesar de não ser o Governador do Banco Nacional de Angola, faz a gestão das reservas do Estado e dela não presta contas ao órgão fiscalizador do Estado, a Assembleia Nacional.
Por saber continua igualmente a razão pela qual o património público, aparentemente em nome da Sonangol, tem passado para a posse de privados da oligarquia angolana por via da Sociedade Atlântica, de empresas offshore nas Bermudas e outros paraísos fiscais, na Europa e na Ásia.
O novo banco terá um capital inicial de mil milhões de dólares norte-americanos, sendo detido em partes iguais pela CGD e pela Sonangol.
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