O primeiro-ministro português, agora instalado com armas (Magalhães) e bagagens (mais Magalhães) em Cabo Verde, considerou hoje “positiva” a presença do líder líbio, Muammar Kadhafi, na Guiné-Bissau.
E José Sócrates, que levou uma tonelada de ministros e secretários de Estado, tem mais uma vez razão. Creio, aliás, que Kadhafi (tal como Hugo Chávez e Eduardo dos Santos) só tomou a decisão de rumar a Bissau depois de auscultar a opinião do líder do PS e do Governo das tais ocidentais praias lusitanas.
O essencial, segundo Sócrates, não é a fome e a miséria dos guineenses mas, isso sim, “o respeito pela ordem constitucional, porque esse é o ponto absolutamente central e decisivo”.
“A visita do líder líbio insere-se na preocupação africana com um país de África, a Guiné-Bissau. Por essa razão, essa visita [de Kadhafi] é bem-vinda, porque todo o esforço que a comunidade internacional puder fazer para repor a ordem a constitucional no país é positivo”, sustentou José Sócrates.
Não sei se terá sido a conselho de Sócrates, mas se não foi deveria ter sido, o presidente da União Africana não saiu do aeroporto de Bissau, tendo sido ali que recebeu (ou era assim... ou nada) as autoridades guineenses, entre as quais o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e Zamora Induta, vice-chefe do Estado-Maior da Armada e líder da Comissão Militar criada na sequência do atentado que vitimou mortalmente no passado dia 1 o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Tagmé Na Waié.
Entretanto, e creio que pela matéria o conselho terá sido agora dado por Augusto Santos Silva, mais de uma centena de militares líbios garantiram a segurança no interior e no exterior do aeroporto de Bissau, mantendo bem longe os especialistas em campanhas negras (por ser em África serão campanhas brancas?). Ou sejam, os jornalistas.
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