sexta-feira, dezembro 18, 2009

De barriga vazia mas... descansados

O Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, disse hoje acompanhar de "muito perto" a situação do país nos mais variados domínios, mas recusou deixar-se "arrastar" para "combates de natureza político-partidária".

E se ele acompanha já podemos dormir descansados. Dois milhões de barriga vazia, 600 mil sem emprego, mas descansados. E não há nada que pague o descanso, ainda por cima sob a égide do Presidente...

Interrogado, presumo que por porta-microfones com carteira profissional de jornalistas, sobre os apelos para uma intervenção sua em caso do ambiente de conflitualidade entre Governo e oposição continuar, Cavaco Silva não respondeu directamente (pois claro!), mas lembrou que o chefe de Estado tem competências específicas, diferentes daquelas que são confiadas ao Governo.

"Já no outro dia tive ocasião de falar sobre aquilo que são as competências do Presidente da República e na esperança que eu coloco nos entendimentos entre forças políticas na Assembleia da República", afirmou o Presidente da República, que falava aos jornalistas no final de uma visita à Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas, em Runa, Torres Vedras.

Sublinhando que o chefe de Estado deve deixar ao Governo aquilo que é da sua exclusiva competência, Cavaco Silva voltou a recusar entrar em lutas partidárias.

Ao Presidente o que é do Presidente, ao Governo o que é do Governo. Quanto aos portugueses, bem esses que continuem de cócoras à espera de um prato de qualquer coisa.

"O Presidente da República deve deixar ao Governo aquilo que é da sua exclusiva competência e deve deixar à oposição aquelas actividades que lhe são próprias e não procurar interferir, não deixar arrastar-se para combates de natureza político-partidária", referiu com e eloquência e incisão que se lhe reconhecem.

Cavaco Silva acrescentou, contudo, que todos os portugueses sabem que acompanha de "muito perto a evolução da economia portuguesa e as suas consequências sociais". Vê-se. Nota-se. Sente-se.

"Mas tenho que saber aquilo que devo e que não devo fazer, o que devo dizer e aquilo que não devo dizer. Mas, os portugueses podem estar certos de que eu estou a acompanhar, e a acompanhar de muito perto, toda a situação portuguesa nos mais variados domínios", enfatizou Cavaco Silva para que não restem dúvidas.

O Presidente da República lembrou ainda que se realizaram eleições há pouco tempo, reiterando que, tal como afirmou na tomada de posse no novo Governo, este tem "toda a legitimidade para governar".

Exactamente. Todos têm legitimidade. O Presidente, o Governo, o Parlamento, os gestores das empresas públicas, os administradores dos bancos. E, é claro, também os portugueses têm toda a legitimidade para um dias destes quererem enforcar muitos dos políticos que por aí andam a gozar com a sua chipala.

Os portugueses estão perto de uma conclusão: Com gentes deste tipo o país não vai lá. E, na perspectiva de que não é possível deslocalizar o país, o melhor é mesmo deslocalizar os donos do país.

2 comentários:

Anónimo disse...

O Orlando não viu um programa do contra informação, em que dois inspectores da judiciária vão a casa do Dias Loureiro? Engraçado e bastante esclarecedor... Chegam a casa deste e encontram uma porta secreta, para uma divisão onde estão escondidos todos os documentos do Banco, a seguir encontram outra porta secreta, nesse mesmo escritório, que vai dar directamente ao quarto de banho da Manuela Ferreira Leite. Toda indignada ficou a senhora. Um dos inspectores prime um azulejo e abre-se outra porta, que vai dar ao qurto de banho de Cavaco. Terminou assim o labirinto, com Cavaco a distribuir uma boas bofetadas ao Dias Loureiro e a escorraçar os inspectores!
Tá tudo dito... quem anda preocupado com Bancos, não está para mais ninguém.

Vento Norte disse...

Meu caro, então os senhores andam tão preocupados em gerir as dezenas de milhar que todos os meses lhes vão parar aos bolsos (Cavaco incluído...) e tu queres que lhes sobre tempo para se preocuparem com aquilo que é Portugal, ou seja, os portugueses?... Tem dó, Orlando.