domingo, janeiro 31, 2010

Até prova em contrário, os Cabindas
serão sempre, mas sempre, culpados

O Presidente da República de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, subscreveu em tempos afirmações das “gentes do mundo do futebol” de que se ultrapassaram os “limites razoáveis” na transferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid.

Pois é! Estava, como está, no seu direito. Pena é que não mostre igual, pelo menos, preocupação em relação ao povo de Cabinda sobre o qual, queira ou não, Portugal tem responsabilidades.

Eu sei que, sobretudo nos Acordos de Alvor, foram outros que varreram o lixo para debaixo do tapete. Mesmo assim, o lixo pode estar escondido... mas não deixa de lá estar, queira ou não o Presidente da República a que pertencem tanto os subscritores lusos desses acordos como os que, antes de Abril de 1974, também assinaram outros acordos.

Eu sei que a comunicação social não é coisa que preocupe a Presidência da República, sobretudo porque uma parte dela vai fazendo os favores necessários e passando os recados encomendados.

Mesmo assim, será que Cavaco Silva reparou nas parangonas que a comunicação social do reino lusitano, entre outras, deu ao caso do ataque em Cabinda sem que, ao menos, tivesse o cuidado de analisar a fundo as razões que levaram a tal?

Não. Não reparou. Para a comunicação social portuguesa, e não só, os Cabindas são culpados até prova em contrário. Mandam as regras de um estado de direito (que Portugal tende a deixar de ser e Angola nunca foi) que até prova em contrário os Cabindas sejam inocentes. Ou não é assim?

Em Portugal, com a conivência interessada dos poderes instituídos e os tachos inerentes, continuamos a ver que o mais remtável é, continua a ser mesmo que com algumas operações cosméticas, Fátima, Fado e Futebol.

“Acompanho aquilo que foi dito sobre esta matéria. Pagar quase 100 milhões de euros pela transferência de um jogador, nunca me passou pela cabeça”, afirmou, em Junho de 2009, Cavaco Silva em Nápoles, Itália, à margem do encontro dos Chefes de Estado.

Tão preocupado estava Cavaco Silva com o assunto que, agora, se esquece de ter igual veemência em relação aos 20% de portugueses que olham para os pratos vazios e aos 700 mil desempregado. Mas, pelo contrário, não se esquece de dizer que Angola vai de Cabinda ao Cunene, e quer fazer crer que por ter a chancela da Presidência da República uma mentira passa a ser verdade. Mas não conseguirá!

“Gostaria que Portugal fosse mais conhecido pela inovação, pela modernização, pela sua competitividade (...)”, acrescentou Cavaco Silva na altura da sua incursão pelo submundo do futebol. Cá por mim, gostava que Portugal fosse conhecido por honrar os compromissos, mesmo quando de um lado está o petróleo e do outro indefesos ciadadãos.

Mas como não é isso que acontece, um dias destes os portugueses poderão resolver não mudar de país mas, isso sim, mudar de políticos... nem que para tal tenham de ressuscitar, ou apoiar, um qualquer António de Oliveira Salazar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Viu o que aconteceu com o Iraque quando invadiu o Kuwait? Pois veja lá, que com Cabinda! é tudo moita carrasco! O MPLA e o seu líder ditador, nada mais são do que cães de fila, (eu nem quero ofender esses animais... mas vá) fazem um jeitão aos mesmos capitslistas que acorreram logo a defender o Kuwait... ah desculpe, o petróleo.
Se soubesse o quanto odeio os políticos portugueses... autênticas morcas cobardolas. Os sinceros e honestos, tiveram que se pôr todos ao fresco!
Agora quanto aposta que essa avantesma do Cavaco vai ganhar outra vez?
Povinho português, gosta de levar no lombo e ainda mais de ver os outros levarem, salvo raras excepções...
As últimas eleições comprovaram-no pela quinquagésima vez! APRE!!!