«Está a chegar a Luanda o mais recente brinquedo do Presidente José Eduardo dos Santos, um iate de luxo, seguramente comprado com o seu salário, que ronda os 4000 euros, e cuja tripulação é recrutada em Portugal, com vistos passados em 24 horas.
E, enquanto o Presidente se prepara para navegar nas tépidas águas do Mussulo, a sua filha, a elegantíssima empresária Isabel dos Santos, não pára de aumentar a sua fortuna nascida do nada.
Com a anunciada compra esta semana de parte do capital da Zon, Isabel dos Santos tem já investidos dois mil milhões de euros em empresas portuguesas. É um excelente negócio para estas empresas, que não apenas recebem capitais frescos como também recebem de braços abertos um parceiro estratégico que lhes garante participação nos melhores e mais favoráveis negócios angolanos.
Pena que não reservem uma pequena parte dos lucros para financiar próteses para as crianças vítimas da guerra civil angolana, para construir habitação social para os milhões de favelados de Luanda ou para criar esgotos e infra-estruturas básicas que dêem à imensa maioria da população miserável condições mínimas de dignidade.
Porque, até prova em contrário, a riqueza de Angola pertence a todo o seu povo e não apenas aos que se passeiam em iates de luxo e vêm a Lisboa comprar roupas de marca, jóias ou empresas de telecomunicações. Nunca tão poucos tiraram tanto a tantos.»
Nota: Em Portugal, tal como em (quase) todo o mundo, o importante não é a mensagem mas o nome do mensageiro. Este texto, publicado no Expresso, é do Miguel Sousa Tavares. Qualquer semelhança com o que é publicado aqui no Alto Hama ao longo dos anos não é mera coincidência.
3 comentários:
O Zedu e a família estão apenas a preparar uma "saída à francesa". Ora digam lá se eles não são espertos! Ainda por cima marinheiros tugas. Que chique!
Quem me dera a mim!
E depois da serventia do futebol, os estádios reverterão a favor dos armazéns dos “estrangeiros” habituais que lhes darão o destino mais conveniente: a degradação da facturação. O futuro é facturar e a fome anunciar. E com o reforço do nosso movimento nacional espontâneo erguer-se-á uma pátria de jogadores de futebol. Outra Esparta sem espadas mas com balas. E todos jogaremos ao deus-dará, a qualquer outra coisa. E o panorama da Carta Magna, do magma vulcânico, alterou-se. Muito patrioticamente é agora a Constituição dos Estádios.
Sem comentários!
Não tem lógica haver pobreza num país com petróleo, diamantes e recursos naturais.
A prioridade do governo devia ser mobilizar os dinheiros provenientes destes recursos para bem do povo.
Aquilo que a terra de Angola dá é de TODOS os angolanos.
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