A anunciada manifestação do próximo dia 7 de Março, em Angola, está a pôr os cabelos em pé não só aos que são donos do poder e do país (o MPLA), como aos que trocaram a mandioca pela lagosta (a UNITA).
Numa aliança não tão estranha quanto isso, dirigentes do MPLA (partido no poder desde 1975) e da UNITA (partido cuja orfandade há nove anos o tornou incapaz de pensar sem ser com a barriga) estão em sintonia quanto ao que dizem ser os perigos da manifestação prevista para dia 7.
De acordo com a Angop (agência oficial do regime), o presidente do Grupo Parlamentar do MPLA, Virgílio de Fontes Pereira, criticou “todos aqueles que incitam à desordem e ao desrespeito das instituições legítimas do Estado”, chamando-os de “defensores da intriga e da instigação política”.
Ainda a manifestação não saiu do adro e já o regime tem a acusação formulada e a sentença decidida. Ou seja, até prova em contrário todos os que pensam de forma diferente são culpados. De quê? Seja lá do que for, será sempre algo que cabe na saco dos crimes contra a segurança do Estado.
Virgílio de Fontes Pereira, enfatizou, de acordo com a Angop, que “num Estado Democrático não devem ser tolerados comportamentos individuais ou colectivos, praticados por quem quer que seja, que atentam contra a ordem constitucional e ponham em risco a estabilidade do mandato e do funcionamento dos órgãos legitimados para exercer os poderes Legislativo, Judicial e Executivo”.
O presidente do Grupo Parlamentar do MPLA tirou esta afirmação de um qualquer manual referente, não só de facto como de jure, a uma coisa que Angola não é: um Estado de Direito Democrático.
Aliás, é caso para perguntar que legitimidade tem um presidente da República, igualmente chefe do Governo, que está no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito? Nenhuma. Virgílio de Fontes Pereira sabe isso muito bem mas, se quer continuar vivo, tem de dizer que José Eduardo dos Santos manda.
Por sua vez, o secretário para a Informação da UNITA, Alcides Sakala, condenou qualquer tentativa de desordem que atente contra as leis vigentes em Angola.
Ninguém sabe, nem ele próprio, onde estão as tentativas de desordem contra as leis vigentes. Uma manifestação não é, só por si e ao contrário do que diz Alcides Sakala, um barril de pólvora que pode queimar os donos do país. Ou será que, ao fim de nove anos de convivência, a UNITA já pensa como o MPLA?
“Angola viveu uma guerra civil durante muito tempo e não creio que haja alguém que queira voltar aos tempos difíceis que o país viveu”, declarou Alcides Sakala à Rádio Nacional de Angola. Acreditará o dirigente da UNITA que a manifestação é, ou poderá ser, sinónimo de nova guerra? Ou, pelo contrário, teme que depois de nove anos a comer lagosta possa correr o risco de voltar para a mandioca?
A convocatória para a manifestação convida a população para uma marcha a partir do Largo da Independência, em Luanda, exigindo a saída do Presidente angolano José Eduardo dos Santos e dos seus ministros.
E exigem porquê? Porque “os angolanos estão cansados da pobreza extrema, da cultura de medo e intimidação, da miséria, da autocracia e de outros males», informa a mensagem divulgada pela Internet.
Que Virgílio de Fontes Pereira não veja a pobreza, o medo, a miséria e a autocracia, ainda vá que não vá. Agora que Alcides Sakala também não veja o que se passa com o seu Povo, com os seus meninos do Huambo, essa não.
11 comentários:
temos que tirar
eu acho justo sim essa manifestação
vamos todos com bravura ao largo primeiro de maio eu e os meus cambas vamos estar la
E' triste observar que a UNITA de Samakuva nao alinha com a manifestacao de 7 de Marco. Que oposicao e' esta? A UNITA tornou-se uma extensao do MPLA? A luta pela democracia parou por ali? Se o presente status quo em Angola nao mudar, a miseria da maioria do povo angolano e a liquidacao sistematica dos melhores filhos da patria vao. O Excessivo poder concentrado nas maos de Jose Eduardo dos Santos e' receita para o atraso dos angolanos e do negro em geral. Ate quando vamos viver esta’ morte lenta?
que raio de oposição a UNITA é que tambem defende a ditadura em angola, estamos cansados de ver alguns passando por tempos de vacas magras e outros no tempo de vacas gordas comendo do bom e do melhor enquanto a população passa as necessidades básicas.
Ate o samacuva nao vela pelo povo? sacana duma figa. vamos todos ao 1º de maio eu e os meus cambas estaremos lá porras chega de mizeria. vamos todos em cheio olha o mundo vai ver essa manifestaçao e o MPLA nao tera corage de matar ninguem força povo chega de abuso de estrangeros
É bem verdade que no nosso país existe muita fome, muita corrupção, e ate mesmo um certo desrespeito a dignidade e vida humana, mas aonde é que não se verifica isso? Em que parte do mundo?
Nós tivemos eleições recentemente, e que o partido no poder ganhou com maioria absoluta, sera que quem votou é este Sr. dono do Blog?
Este senhor vive em Portugal, porque não, incentivar uma manifestação neste país para a retirada do PS do poder? Uma vez que não tem honrado a confiança que o povo portugues depositou!!! Irmãos angolanos, porque não esperamos mais um ano e tiramos o MPLA, ou o Zé Du, conforme ditam as regras nosmais de um estado de direito? É devemos ser conscientes e não cair em euforia, nem tão pouco na agitação de pssoas que estão mais preocupadas com o José Eduardo, do que cm o povo angolano.
Se a Unita, que é o 2º maior partido, voces reconhecem que não tem condições para nos governar, quem ira tomar o poder, caso os que la estão caiam? Sera o povo, sera um destes Generais que também sabemos que sao podres de ricos, sera um politico qualquer?
É preciso haver responsabilidade.
Imaginem este país sem governo!!!
Manos, vamos esperar mais um pouco e manifestar ai o nosso desejo, pq este crescimento que angola regista, incomoda muita gente!!!
Querem ficar como a Guiné?
Como o Sudão?
Como a Cote D'Ivore?
Responsabilidade!!!
Os oito anos de Paz, não é suficiente para que o povo possa esquecer todas as vicicitudes da guerra. Acho bastante prcipitada essa manifestação pois ainda que pouco os direitos que o povo tem, mas tem sido satisfeitas as necessidades de Paz ou seja morrer apenas de doença é um caso esporadico, mas de tiro será em grande quantidade. Principalmente porque angola ainda não tem bala de borracha, nem gas lacrimogenio, muitos menos tanques de agua para dispersar a população. As bala verdadeiras serão a alternativa e os que morrerem nem o pouco que tem, verão. Porque aquele que incita a manifestação ja tem tudo até o poder só que quero mais e aquele que ele diz defender não tem nada somente será o primeiro a ser atingido. Até me parece que é uma extrategia combinada para diminuir a população no Pais de modos a dividirem melhor as nossas riquezas.
Povo não morram para defender os interesses que não são seus.
eu estarei
Ó anónimo que burro és tu. quem nao sabe que MPLA se deu bwe de votos ele próprio. em Angola não ha eleições, nao existe constituição e nem governo. só existe camaradas gastunos cuja cabeça de lista é o JES. foraaaaaa.. esses gajos todos . viva a manifestação
andei a escutar o relato pela radio de membros do MPLA. e em poucos palavra todos mostraram ser grandes assassinos sem amor a vida alheia.
se eu sai para apoiar uma passeata do presidente e normal porque não ser normal eu manifestar o meu descontento.
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