O dono do Zimbabué, Robert Mugabe, afirma que as apreensões das explorações agrícolas dos brancos vão continuar, apesar da oposição do novo primeiro-ministro do governo de coligação, Morgan Tsvangirai. É assim mesmo.
"Há explorações agrícolas que foram designadas (para serem distribuídas) de acordo com a lei da aquisição das terra, das cartas de oferta enviadas aos novos agricultores. Não vamos deixar que os antigos proprietários destas fazendas recusem abandoná-las", declarou Mugabe perante os milhares de partidários reunidos para celebrar o seu 85º aniversário.
"Não vamos ouvir as desculpas que alguns agricultores usaram para apelar à justiça perante a SADC (Comunidade da África Austral). É insensato. Temos a nossa própria justiça aqui", disse o dono daquele coisa que já foi um país, que já foi o celeiro de África, e que hoje á o maior exportador mundial de refugiados.
Mugabe lançou em 2000 uma reforma agrária retirando explorações de agricultores brancos para a dar a zimbabueanos negros.
A questão das terras é extremamente sensível no Zimbabué, onde a minoria branca conservava a maioria das terras aráveis, desde a independência, em 1980. Cerca de 4.000 agricultores brancos foram já obrigados a abandonar as suas explorações agrícolas desde que começou a reforma agrária de Mugabe.
O Zimbabué está actualmente mergulhado numa crise humanitária dramática e a maioria dos seus 13 milhões de habitantes precisam de ajuda com urgência, de acordo com dados do Programa Alimentar Mundial.
Entretanto, o novo primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai, que julga que dirige um governo de coligação, apelou à paragem imediata dos ataques contra os agricultores brancos. Apelo não escutado porque, perante a cobarde passividade da comunidade internacional, quem manda é o dono daquilo.
Dono que se está nas tintas para o povo que continua a morrer à fome.
Legenda: Na foto, Robert Mugabe é o da... esquerda.
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