O secretário-geral do PS, José Sócrates, defendeu hoje a necessidade de um sindicalismo livre de tutelas partidárias para o melhor desenvolvimento de Portugal. E onde é que o fez? No V Congresso da Tendência Sindical Socialista da UGT.
"O sindicalismo livre de tutelas partidárias serve os interesses de Portugal", disse José Sócrates que – note-se a suposta equidistância - esteve no Congresso na qualidade de secretário-geral do PS o que, é claro, comprova só por si que as tutelas partidárias dos sindicatos são uma treta.
"O PS orgulha-se dos que sendo do Partido Socialista fazem um sindicalismo livre, moderno, que faz propostas e que defende os trabalhadores", afirmou o chefe do Executivo (ou seria o secretário-geral do PS?).
Recorde-se, para que se veja bem o alcance celestial das teses de José Sócrates, ou a forma como passa atestados de estupidez aos portugueses, que no sábado, o primeiro-ministro acusou os sindicatos afectos à CGTP-IN de se deixarem instrumentalizar pelos interesses eleitorais do PCP e do Bloco de Esquerda. Coisa que, é claro como água barrenta e putrefacta, não se passa com o PS...
José Sócrates incentivou os sindicalistas socialistas presentes no congresso a continuarem a defender os interesses dos seus associados, ainda que isso signifique entrar em desacordo com o Governo. Treta cor de rosa com cheiro populista fornecido por Hugo Chávez.
O primeiro-ministro salientou, no entanto, que nunca foi insultado em manifestações promovidas por sindicatos da UGT. Pois. Quem se atreveria a insultar o capataz?
"Quando nas manifestações se usa o insulto é porque já se perdeu a razão", disse acrescentando que "o insulto não é um bom contributo para um bom sindicalismo nem para a democracia".
E como há insultos e insultos, o capataz tem sempre razão. Certamente na óptica de Sócrates, tudo fazer para que – por exemplo – os jornais sejam feitos sem jornalistas, não é um insulto mas (quem sabe?) um elogio.
Tudo fazer para que os seus sipaios dêem prioridade absoluta a quem for filiado no PS não será um insulto? Não, não é. Nem sequer é uma demonstração da tutela partidária que o PS exerce em tudo quanto pode. É, apenas, uma forma de procurar que os portugueses de segunda (todos aqueles que não são do PS) passem a ser de primeira...
1 comentário:
Já reparaste de onde vem o novo administrador da Lusa que vai substituir o presente?
Cumpts
EA
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