O presidente angolano desde 1979, e do MPLA, José Eduardo dos Santos, defendeu hoje, em Lisboa, a sua "legitimidade" como chefe do executivo, reconhecendo a necessidade de realizar eleições presidenciais, mas sem se comprometer com datas.
Necessidade sim, um dias destes. Quando tudo estiver bem preparado para uma vitória ao estilo de Robert Mugabe, próxima dos 100%.
José Eduardo dos Santos afirmou que a marcação das eleições presidenciais depende da revisão da Constituição angolana, que espera ver concluída ainda este ano. Vamos esperar. Talvez sentados.
"Se tudo correr normalmente, estamos em crer que dentro deste ano será aprovada a Constituição. Em função da modalidade escolhida - eleição por sufrágio directo ou indirecto, através do parlamento -, definiremos o calendário eleitoral para as eleições presidenciais", disse o Chefe de Estado angolano.
É isso aí. Se calhar, digo eu, seria melhor através de eleições porque a vitória seria mais expressiva. Neste caso, ao contrário da escolha pelo parlamento, até os mortos podem votar.
"Não sinto falta de legimitidade", afirmou José Eduardo dos Santos, questionado numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente Cavaco Silva, em Lisboa, sobre o desconhecimento da data das eleições presidenciais.
Claro que não há falta de legitimidade. A legitimidade, neste caso, chama-se Sonangol. Chama-se petróleo de sangue.
O Presidente angolano lembrou que o seu nome foi "o primeiro da lista do MPLA apresentada às últimas legislativas" de 5 de Setembro de 2008, ganhas pelo partido de que é líder com mais de 81 por cento dos votos.
"Enquanto chefe de executivo, pelo menos, sinto-me perfeitamente à vontade e com legitimidade para aplicar o programa que foi escolhido pelos angolanos. É evidente que falta a eleição presidencial", afirmou.
É evidente mas mas desnecessária. Não custa transformar os 81% das legislativas em votos parlamentares para a sua eleições, quiçá aos estilo de Hugo Chávez.
3 comentários:
O presidente angolano passeia-se pela europa como inventor da democracia angolana e chefe legítimo de alguns sem-nada de ontem que hoje acumulam fortunas colossais, vá-se lá saber como. O povo, bem o povo, aquele que mais ordena, acumula doses enormes de dor e paciência.
legitimidade, como os direitos humanos e a democracia, é outra salada daquelas que não enchem a barriga. ..
Não será?
Caros amigos.
Muito se tem falado e escrito sobre a legitimidade dos dirigentes angolanos, nomeadamente sobre a do presidente, Engenheiro José Eduardo dos Santos. Por vezes parece-nos que muitos dos críticos da jovem nação angolana, não são mais do que membros de uma enorme legião que só vê defeitos em tudo o que existe na pátria de Agostinho Neto, sem ao menos terem a coragem de fazer uma criteriosa análise aos esforços desenvolvidos ao longo do espinhoso caminho que foi percorrido desde a Dipanda até 2002.
É lamentável que só haja tempo para se criticar sem curar de saber das enormes dificuldades que se continuam a registar nas mais diversas áreas da governação do país, nomeadamente no que concerne à falta de quadros técnicos capazes de levar por diante a reconstrução harmoniosa da nação angolana.
Ofende todos os que amam Angola e as suas gentes, o despropósito e arrogância daqueles que se limitam a tecer críticas ao aparelho governativo angolano, sem terem a preocupação de indicarem pistas e proporem projectos com vista à procura de melhores soluções para os enormes problemas, nomeadamente sociais que continuam a flagelar o povo angolano.
Para finalizar, e como recomendação aos escribas, defensores à distância dos mais diversos “Direitos”, diremos que se habituem a considerar nas suas análises, Angola no seu todo, e não continuem a entender erradamente que Angola é Luanda e Luanda é Angola; percorram o país e vejam o enorme esforço que nas mais diversas áreas tem sido feito para “sarar” as feridas de guerra, que apesar de tudo, ainda são visíveis em muitos locais. O presidente José Eduardo dos Santos tem consciência de tudo isso, mas é importante que todos dêem uma ajuda, por humilde que seja.
Um kandandu do Henrique Mota.
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