O ministro das Finanças de Portugal, Teixeira dos Santos, afirmou hoje em Bruxelas que quem se insurge contra a ausência do primeiro-ministro José Sócrates da cimeira informal de líderes europeus tem uma "visão paroquial e provinciana do que é a política". É o meu caso.
Fernando Teixeira dos Santos falava no final da reunião informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, para discutir a resposta dos 27 à actual crise financeira e económica, na qual representou Portugal em substituição de José Sócrates, retido (creio que voluntariamente e não por causa de qualquer campanha negra) no Congresso do Partido Socialista em Espinho.
O ministro de Estado e das Finanças sustentou que "a política interna não é menos nobre que a política externa" e sublinhou que "se o primeiro-ministro de Portugal tem legitimidade para ser primeiro-ministro é porque ele é, antes de mais, secretário-geral de um partido" e é fundamental para a política interna "o facto de ele se reafirmar como secretário-geral de um partido e ter o partido reunido à sua volta".
Brilhante. Nem Mário Lino e muito menos Augusto Santos Silva seriam mais brilhantes. Nem mesmo Jacques de La Palisse.
"Se há alguém que pensa o contrário eu acho que tem uma visão muito paroquial e provinciana do que é a política", disse Teixeira dos Santos, certamente com receio do que os que têm visão paroquial e provinciana irão dizer nas próximas eleições.
Teixeira dos Santos concluiu que "o governo teve a preocupação de" assegurar um "nível elevado de representação" (ele próprio), ao fazer-se representar por um ministro de Estado (ele próprio), e considerou que, atendendo à agenda da reunião - a resposta da UE à actual crise financeira e económica -, "de entre os membros do governo, ninguém melhor que o ministro de Estado e das Finanças (ele próprio) estaria em condições para participar nesta reunião".
Só tenho uma dúvida: os que têm visão paroquial e provinciana podem votar, não podem?
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