Um documento com o timbre da Polícia Judiciária, apreendido a Armando Vara durante buscas do processo Face Oculta, desencadeou uma investigação da PJ à sua própria Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC). É Portugal no seu melhor.
A notícia de buscas na UNCC, a pedido do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), foi hoje avançada pela revista Sábado.
A mesma fonte indicou que o documento com o timbre da PJ, apreendido durante a investigação do Face Oculta, "não tem a ver com o processo investigado em Aveiro", relacionado com crimes de corrupção, fraude fiscal entre outros ligadas a empresas privadas e do sector empresarial do Estado.
O documento estava relacionado com um processo em investigação na UNCC, Banif-Angola, pelo que foram determinadas buscas, realizadas pela própria PJ, a essa unidade da própria PJ.
Ou seja, alguém da PJ terá eventualmente deixado por esquecimento um documento relevante na secretária de Armando Vara que, por sua vez e na melhor das intenções, o guardou na gaveta da secretária para, oportunemente, o devolver à origem. Só não o fez antes porque, entretanto, a PJ resolveu fazer o que é suposto fazer.
Segundo o director nacional adjunto da PJ, Pedro do Carmo, "no exercício das suas competências, a PJ efectua todas as diligências necessárias para o apuramento da verdade dos factos qualquer que ela seja".
Não venham agora os do costume dizer que Armando Vara e um ou mais elementos da PJ estão conluiados. Nada disso. Desde logo porque o ex-administrador do BCP não tem culpa que se esqueçam de documentos na sua secretária. Além disso, também o “alguém” da PJ não pode ser culpado por, no meio de tantas e complexas diligências investigatórias, ter deixado cair um documento.
Por tudo isto, a bem da nação, arquive-se o processo.
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