segunda-feira, março 08, 2010

Terá sido o MPLA a escrever o discurso que Sócrates fez durante a reunião da CPLP?

O primeiro ministro português, José Sócrates, salientou hoje em Lisboa o esforço que a CPLP desenvolveu nos últimos anos para "acentuar a coesão" entre os membros do bloco lusófono nas áreas da democracia, direitos humanos e reforço do estado de direito.

Democracia? Direitos humanos? Estado de direito? Será que José Sócrates sabe mesmo quais são os estados que fazem parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa?

Ou, sabendo-o, considera que Angola, a Guiné-Bissau e até mesmo Moçambique (embora este noutra escala) são exemplos de democracia quando 70% dos angolanos vive na miséria e vota com a barriga, de direitos humanos quando em Cabinda há presos – se é que alguns ainda não morreram - por delito de opinião, de um estado de direito quando o presidente angolano não foi eleito?

"Se há matéria onde podemos concordar inteiramente é que ao longo dos últimos anos a CPLP fez um grande esforço para acentuar a coesão entre os estados-membros nas áreas da democracia, direitos humanos e no reforço do estado de direito", destacou ipsis verbis José Sócrates, durante a sessão plenária da II Reunião da Assembleia Parlamentar do bloco lusófono (AP-CPLP), que decorre em Lisboa até quarta feira.

Dirigindo-se às delegações dos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, no parlamento português, José Sócrates salientou a "importância" e o "contributo" que a AP-CPLP deu para o reforço e coesão da CPLP, que é "absolutamente inestimável".

Ainda no passado dia 20 de Janeiro, a Human Rights Watch no seu relatório anual revelou que Angola enfrenta problemas de desrespeito pelos direitos humanos, incluindo a falta de liberdade de expressão, a tortura e a violência.


Onde estava a CPLP? Onde estava o Governo das ocidentais praias lusitanas?

É claro que José Sócrates não leu o relatório. Temeu, creio eu, que em matéria da liberdade de expressão a Human Rights Watch poderia também falar dos muitos jornalista que no reino lusitano foram, são e serão substituídos por operários formatados para terem apenas a liberdade de expressarem o que o chefe manda.

"Mais de um ano após as eleições parlamentares de 2008 em Angola, as primeiras desde 1992, os angolanos não puderam ainda, como planeado, votar numa eleição presidencial. O governo adiou a realização desta para após a revisão constitucional”, referia o relatório anual da organização internacional de direitos humanos.

O documento referia que nova Constituição estava a ser fortemente influenciada (uma forma simpática de dizer determinada) pelo actual presidente, José Eduardo dos Santos - há 31 anos no poder - e dominada pelo partido no Governo desde 1975, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que detém 191 dos 220 assentos no Parlamento.

Para o ano, certamente que a HRW falará também (já o podia fazer este ano) da situação em Cabinda, território ocupado por Angola, onde só existe a lei da força. Lei essa que, um pouco à semelhança do que se passa em Angola, continua a dar total liberdade aos angolanos para estarem de acordo com o regime do MPLA.

Se as autoridades portuguesas (Presidência da República, Governo, Parlamento etc.) lessem este relatório poderiam, digo eu, perceber melhor o que é o regime angolano. É claro que não o vão ler, aguardando Lisboa pela chegada da versão revista e actualizada feita (com direito a autógrafo) pela nova dona das ocidentais praias lusitanas, Isabel dos Santos.

Nessa versão, no prefácio da autoria da filha do homólogo angolano de Cavaco Silva, deverá vir uma recomendação essencial: mantenham-se de cócoras que não faltará dinheiro do petróleo e similares para ajudar a diminuir o défice português, bem como os 40% de pobres e os mais de 700 mil desempregados.

2 comentários:

Anónimo disse...

«Não haverá aumento dos impostos»

O governo vai dialogar com os sindicatos
para que eles sejam cordatos.
O governo vai dialogar com os parceiros sociais
para que eles se abstenham de advogar a razão.
E mais, muitíssimo mais,
o governo vai dialogar com a oposição
para que ela deixe de ser tão realista
a retratar o maquinista
que neste momento
conduz o país para o descarrilamento.
Isto é um inferno,
ninguém quer dialogar com o governo.
O governo vai dialogar com o diálogo,
tentando descobrir para o Zé Pinóquio demagogo
um outro discurso mais convincente,
para que o povo pense que ele é inteligente.
O diálogo diz que não dialoga com o tagarela
licenciado em Engenharia de Incompetência
porque Portugal não é clone da Venezuela
e já falta a paciência
para quem nada mais consegue ser
do que um barulhento verbo de encher,
com esperteza só para a trapaça,
vulgaizando cada vez mais desgraça.

Consulino Desolado

Luis Bernardo disse...

o MPLA é o partido que parte a oposição, os portugues que tenha os olhos em Angola tenhe que dançar a musica do MPLA porque é o disco que toca neste pais quem não quer não houve mais morrer. estamos a ser colonizado por irmão gananciosos filhas da mesma mão que nem lembram a dor que a quela linda mulher que se chama ANGOLA. o povo Angolano ainda anda nas escorida que um dia isto vai mudar com as mesma pessoas isto eu mais facil acreditar que aquela monha vai se mandar mar o mar. porque uma vez gatuno gatuno para toda vida, em quanto o MPLA estiver no poder Angola nunca sera livre porque confunde o partido com o Estado e os militantes com o povo é isto que eles dizem um só povo uma só nação, esta frase é para os militantes do partido quem n\ao faz parte da quadrilha organizada nem sonha em liberdade.