quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Cinco homens e uma arma,
uma arma e cinco homens!

Um veterano da guerrilha e elemento importante dos peticionários das Forças Armadas timorenses rendeu-se com cinco homens e uma arma, anunciou hoje o Comando Conjunto da operação de captura do ex-tenente Gastão Salsinha. Agora fica clara a enorme capacidade bélica dos que estão do outro lado. Cinco homens e uma arma. Cuidado com eles.

"É um dia de graças", afirmou o tenente-coronel Filomeno Paixão, 1º comandante do Comando Conjunto da operação "Halibur", ao apresentar os seis peticionários que se renderam às forças de segurança timorenses. E não é para menos pois era um grupo perigoso: cinco homens e uma arma.

Trata-se de Bernardo da Costa "Cris", um veterano da guerrilha que teve um papel importante na dinamização da petição que, em Janeiro de 2006, recolheu assinaturas contra alegada discriminação no seio das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

Bernardo da Costa "Cris" e o seu grupo, em pé atrás de Filomeno Paixão enquanto o oficial anunciava a sua rendição, entregaram-se às autoridades trazendo uma arma HK33 que tinha sido entregue ao veterano da guerrilha por Susar, um elemento do antigo grupo de Alfredo Reinado.

Desde a morte de Alfredo Reinado, durante o ataque à residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, a 11 de Fevereiro, Susar está fugido com o que resta do grupo de Reinado, agora sob a chefia do ex-tenente Salsinha.

"Estava num esconderijo quando passou Susar e nos deu uma arma", explicou aos jornalistas o veterano peticionário. Ou seja, até essa altura eram cinco homens e nenhuma arma.

Sobre o grupo de Gastão Salsinha, o veterano afirmou ter visto que "andam armados" mas não sabe de quantos elementos e quantas armas dispõe o sucessor de Alfredo Reinado. Também não sei. Calculo, contudo, que na mesma proporção serão dez homens e duas armas…

Na sua edição de hoje, o diário Timor Post refere uma reunião de duas horas que houve quarta-feira entre Xanana Gusmão, o bispo de Díli, D. Alberto Ricardo, e o chefe do Estado-Maior General das F-FDTL, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, em torno de uma possível rendição de Gastão Salsinha à Igreja Católica.

Veremos nessa altura se acertei no número de homens e de armas.

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