quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Quando o ministro da Educação tem
de se descalçar para contar até... doze

«Os filósofos gregos sempre disseram que depois dos eclipses apareciam sempre fenómenos e aqui no Kuanza-Sul não deixou de se viver esse fenómeno. A UNITA estava aqui a 20 quilómetros em 2000. É mentira ou verdade? Vocês sabem disso, não sabem? Começamos a acabar com a guerra precisamente com o eclipse. A UNITA foi empurrada lá para os confins e podemos começar a trabalhar. Hoje estamos a inaugurar escolas-extras, amanhã com certeza vamos inaugurar escolas maiores».

Não está mal. Os homens do MPLA começam a mostrar o que vai ser a campanha eleitoral. Se o ministro da Educação, António Burity da Silva, falou assim na inauguração do Instituto Médio Politécnico na cidade do Sumbe, se o seu colega da Defesa diz o que diz (ver «Paihama diz que a UNITA esconde armas - Sakala esconde na secretária 423 mísseis»), daqui para a frente valerá tudo… até tirar olhos.

Burity da Silva desvirtuou totalmente o pronunciamento do Presidente da República quando na passagem de ano apelou aos angolanos ao respeito e à convivência na diferença, o que se traduz na irmandade numa Angola que se pretende isenta de discursos musculados, alerta muito bem o jornalista da Voz da América.

Face ao tão grosseiro pronunciamento, o secretariado provincial da UNITA no Kuanza-Sul na pessoa do seu secretário provincial, Amaro Kaimana «Bokeló», em nota de repúdio mostrou a sua posição saudando em primeiro lugar a inauguração do Instituto Politécnico como sendo um ganho de gerações, pois a riqueza do país depende da qualidade dos seus cidadãos.

Nem mais. A educação que o ministro da dita não teve, revelou-a a UNITA. Mas é preciso ir pensando em responder à letra, não vão os donos da verdade que habitam no MPLA julgar que é tudo deles.

Ver também: «
Seca no sul de Angola não afecta “paihamas” do poder luandense», «MPLA mostra os primeiros sinais de como quer ganhar as eleições», «Estamos entregues à bicharada», «Samakuva, Paihama, os porcos e os cães» e «Para o ministro Paihama os cães são mais importantes do que os angolanos».

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