terça-feira, fevereiro 12, 2008

Portugal está à espera que os timorenses aprendam rapidamente a viver sem comer

O ministro da Administração Interna de Portugal, Rui Pereira, disse hoje que é "prematuro" falar num reforço do contingente da GNR em Timor-Leste. E tem razão. Uma razão, aliás, bem mais vasta. Tão vasta quanto se sabe que, afinal, Timor-Leste é um fardo para o governo português.

"É prematuro falar em reforço. Temos que ponderar e fazer uma avaliação da situação", referiu Rui Pereira aos jornalistas no final de um almoço-debate na Universidade Lusíada, em Lisboa.

Bem me parecia. Foi depois de um almoço, coisa que muito poucos timorenses sabem o que é. Aliás, como digo no texto anterior («
Perguntem ao Povo. Ele sabe o que quer») a grande aspiração que o primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, tinha em 2002 era que, até 2020, “qualquer criança fosse para a escola com pequeno-almoço, almoço e jantar”. Tão simples quanto isso.

O ministro adiantou que Portugal não pode tomar uma decisão "sem que ela seja enquadrada no âmbito da missão das Nações Unidas". Pois. É isso mesmo. Portugal não pode dar de comer aos timorenses sem que a ONU confirme, ou não, que esses mesmos timorenses conseguem viver sem comer.

É claro que, daqui a uns dias, lá teremos Rui Pereira ou José Sócrates a lamentar que quando os timorenses estavam muito, muito perto de aprender a viver sem comer… morreram.