Nada como um “bom” relatório, assinado por uma entidade “credível”, feito à medida e por medida, para sossegar a alma dos vivos em Timor-Leste.
De facto, embora datado logo do dia seguinte aos acontecimentos (o que prova a suposta eficiência e celeridade dos investigadores), o primeiro relatório dos peritos das Nações Unidas aos acontecimentos do passado dia 11 em Díli, deixa em aberto a hipótese de Alfredo Reinado ter sido morto depois de José Ramos Horta ter sido atingido a tiro.
Não está mal. É que a tese de que Reinado fora morto uma hora antes de o presidente ser atacado, representava um pedregulho no sapato das autoridades timorenses, nomeadamente do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
De facto, embora datado logo do dia seguinte aos acontecimentos (o que prova a suposta eficiência e celeridade dos investigadores), o primeiro relatório dos peritos das Nações Unidas aos acontecimentos do passado dia 11 em Díli, deixa em aberto a hipótese de Alfredo Reinado ter sido morto depois de José Ramos Horta ter sido atingido a tiro.
Não está mal. É que a tese de que Reinado fora morto uma hora antes de o presidente ser atacado, representava um pedregulho no sapato das autoridades timorenses, nomeadamente do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
O relatório, datado de 12 de Fevereiro, seria supostamente confidencial mas, como é conveniente para sossegar as tais almas, acabou por ser divulgado pela Lusa. Uma, é claro, conveniente fuga de informação ao jeito de quem – digo eu – não deve estar com a consciência muito tranquila.
O relatório explica detalhadamente os acontecimento do dia do ataque, ressaltando por isso que o presidente timorense terá sido ferido antes de Alfredo Reinado e de um elemento do grupo de atacantes, Leopoldino Exposto, terem sido abatidos.
É que assim tudo faz sentido. O presidente atacado e o atacante morto como resposta. Não terá sido assim que as coisas se passaram, mas o que conta é a versão oficial. E este relatório surge na altura exacta e, por ter a chancela da ONU, não estou a ver alguém, até mesmo os craques do FBI, a dizer o contrário.
É claro que poderá aparecer um outro relatório, igualmente “credível”, numa versão revista e aumentada em função de outras “verdades”. É que, já agora, seria conveniente aproveitar a onda para crucificar alguns adversários políticos, colando-os ao que se quer dizer que aconteceu, tenha sido golpe de Estado, tentativa de rapto, fogo pesado de fisgas contra Xanana… ou outra fantochada qualquer.
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