A Oposição paquistanesa derrotou por "KO" o partido do presidente Pervez Musharraf, nas eleições de anteontem. O Partido do Povo Paquistanês (PPP), de Benazir Bhutto, é o grande vencedor (apesar de ainda não terem sido revelados os resultados totais), ficando em segundo a Liga Muçulmana - N, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e em terceiro a Liga Muçalmana - Q, que apoia o presidente.
"Tivessem as eleições sido totalmente livres e transparentes e teríamos a maioria absoluta", disse ontem o líder do PPP, Asif Alí Zardari, aos senadores norte-americanos (Chuck Hagel, Joe Biden e John Kerry) que acompanharam a votação.
Ao reconhecer a derrota, Pervez Musharraf desafiou o partido vencedor a ter uma política de governação de "inequívoca unidade nacional" que contemple todos os partidos representados no Parlamento. O mesmo apelo foi feito, embora sem êxito, pelos representantes dos EUA que, ontem, reuniram com o presidente e com o líder do PPP.
Dizendo compreender o apelo "dos que foram duramente derrotados e dos que os apoiaram, como é o caso da Administração Bush", Asif Alí Zardari (viúvo de Benazir Bhutto) garantiu que no novo Governo todos terão lugar, excluindo "todos os que fizeram parte do Executivo anterior e que foram preteridos pelos paquistaneses nestas eleições".
Também o líder da Liga Muçulma - N, Nawaz Sharif, que integrará a coligação governamental, já proposta pelo PPP, não só não quer a presença dos apoiantes de Musharraf com exige que o presidente se demita "porque a leitura dos resultados revela que é isso que o povo quer".
"Pervez Musharraf disse que quando o povo quisesse, deixaria o Poder. As pessoas disseram nestas eleições e de forma clara o que querem. E o que querem é que o presidente se demita. Se assim não fosse, o partido de Musharraf não teria sido violentamente derrotado", afirma Nawaz Sharif que amanhã tem a primeira reunião preparatória da coligação governamental com Asif Alí Zardari.
A nova coligação poderá, sem necessidade de grandes cedências, conseguir o apoio de pequenos partidos e candidatos independentes, de modo a ter uma maioria de dois terços necessária para aprovar a destituição de Musharraf.
Apesar dessa real possibilidade, observadores internacionais acreditam que o PPP não seguirá essa via de confronto com Musharraf, desde logo porque o presidente é e continuará a ser um importante aliado regional da Administração Bush na luta contra o terrorismo, nomeadamente contra a al-Qaeda e os taliban.
Aliás, segundo a leitura de analistas internacionais, prevendo que o partido de Musharraf seria fortemente penalizado, os EUA terão chegado antes das eleições a um entendimento com o PPP para, a troco do apoio norte-americano ao Governo, não ser questionada a legitimidade política do presidente Pervez Musharraf.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
"Tivessem as eleições sido totalmente livres e transparentes e teríamos a maioria absoluta", disse ontem o líder do PPP, Asif Alí Zardari, aos senadores norte-americanos (Chuck Hagel, Joe Biden e John Kerry) que acompanharam a votação.
Ao reconhecer a derrota, Pervez Musharraf desafiou o partido vencedor a ter uma política de governação de "inequívoca unidade nacional" que contemple todos os partidos representados no Parlamento. O mesmo apelo foi feito, embora sem êxito, pelos representantes dos EUA que, ontem, reuniram com o presidente e com o líder do PPP.
Dizendo compreender o apelo "dos que foram duramente derrotados e dos que os apoiaram, como é o caso da Administração Bush", Asif Alí Zardari (viúvo de Benazir Bhutto) garantiu que no novo Governo todos terão lugar, excluindo "todos os que fizeram parte do Executivo anterior e que foram preteridos pelos paquistaneses nestas eleições".
Também o líder da Liga Muçulma - N, Nawaz Sharif, que integrará a coligação governamental, já proposta pelo PPP, não só não quer a presença dos apoiantes de Musharraf com exige que o presidente se demita "porque a leitura dos resultados revela que é isso que o povo quer".
"Pervez Musharraf disse que quando o povo quisesse, deixaria o Poder. As pessoas disseram nestas eleições e de forma clara o que querem. E o que querem é que o presidente se demita. Se assim não fosse, o partido de Musharraf não teria sido violentamente derrotado", afirma Nawaz Sharif que amanhã tem a primeira reunião preparatória da coligação governamental com Asif Alí Zardari.
A nova coligação poderá, sem necessidade de grandes cedências, conseguir o apoio de pequenos partidos e candidatos independentes, de modo a ter uma maioria de dois terços necessária para aprovar a destituição de Musharraf.
Apesar dessa real possibilidade, observadores internacionais acreditam que o PPP não seguirá essa via de confronto com Musharraf, desde logo porque o presidente é e continuará a ser um importante aliado regional da Administração Bush na luta contra o terrorismo, nomeadamente contra a al-Qaeda e os taliban.
Aliás, segundo a leitura de analistas internacionais, prevendo que o partido de Musharraf seria fortemente penalizado, os EUA terão chegado antes das eleições a um entendimento com o PPP para, a troco do apoio norte-americano ao Governo, não ser questionada a legitimidade política do presidente Pervez Musharraf.
Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)/Orlando Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário