As imposições previstas no dito Programa de Estabilidade Crescimento (PEC) representam na sua esmagadora maioria o oposto daquilo que o PS proclamou em tempo de eleições, já com a crise instalada com armas e bagagens em Portugal.
Os reformados, por exemplo, vão pagar mais IRS (e ainda há quem diga que não aumentam os impostos) e só quem recebe menos de 570 euros por mês fica isento.
Ainda no anterior governo, e não foi – se se recordam assim há tanto tempo - o primeiro-ministro prometeu aumentar as deduções fiscais da classe média e cortar nas dos ricos. Na altura os portugueses ficaram satisfeitos. A promessa (não passou disso) era tirar aos poucos que têm muitos milhões para dar aos muitos milhões que têm pouco ou nada.
Entretanto, ganhas as eleições, tudo ficou virado do avesso. José Sócrates dá o dito por não dito e de opositor ao corte dos benefícios fiscais passa a acérrimo defensor, dizendo até que isso não é (já ninguém se espanta) um aumento, mesmo que indirecto, dos impostos.
Com total liberdade mas, pelo sim e pelo não, à boca pequena, muitos socialistas reconhecem que o corte nas deduções e nos benefícios fiscais vai afectar todos os contribuintes a partir do segundo escalão de IRS. Só escapam, por enquanto, os que ganham menos de 570 euros por mês.
Mas, apesar de estarem a ser obrigados a aprender a viver sem comer, os portugueses são, ou pelo menos parecem, um povo de brandos costumes. Até um dia, espero eu.
1 comentário:
Ora nem mais, Orlando! Eu espero o mesmo!
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