quarta-feira, março 03, 2010

Ataque de Manuel Seabra a Moura Guedes lembra-me o que se passou em Matosinhos

Manuel Seabra, deputado do Partido Socialista, expeliu fogo e ódio no ataque que, na Comissão de Ética (ainda por cima de Ética) do Parlamento português, dirigiu à jornalista Manuela Moura Guedes.

É um estilo que, tanto quanto parece, está a fazer escola neste PS sempre que alguém resolve contestar as teses do primeiro-ministro.

Manuel Seabra teve, aliás, o condão de me trazer à memória (e esta coisa de ter memória é claramente um defeito de fabrico) o que em se passou em 2004 na lota de Matosinhos, quando Sousa Franco morreu de ataque cardíaco.

A lota de Matosinhos tornou-se nesse fatídico dia 9 de Junho num autêntico campo de batalha onde as duas forças em confronto eram chefiadas por Narciso Miranda e Manuel Seabra, ambos do PS, e candidatos à Câmara de Matosinhos nas autárquicas de 2005.

Já nessa altura, e se calhar há defeitos congénitos que nenhum tipo de cosmética altera, Manuel Seabra mostrava que não olha a meios para atingir os seus fins.

Embora pouco tempo tenha permanecido na lota, Sousa Franco não resistiu. Merecia mais respeito por parte destes socialistas. Não o teve e pagou caro.


Nesse dia, os apoiantes de Narciso e de Seabra mostraram ao mundo o que a guerra pelos tachos leva as pessoas a fazer. Nessa batalha o mais inocente dos políticos presentes, Sousa Franco, pagou com a vida a sua entrega à causa pública.

Sãos e salvos e dispostos, como ainda hoje se viu na Assembleia da República, continuam os oficiais que comandaram essa batalha socialista. Seabra, aliás, não deixou os seus créditos por mãos alheias e mostrou que, ao que parece, vale tudo.

Nesse dia, dirigentes socialistas como José Sócrates e Vieira da Silva (porta-voz do partido) mostravam-se perplexos com a agitação da campanha na lota de Matosinhos. Tão perplexos, digo eu, que Manuel Seabra até foi penalizado com o cargo de deputado...

Ainda nesse mesmo dia, o líder da Federação do PS/Porto, Francisco Assis, e o presidente da concelhia socialista do Porto, Nuno Cardoso, denunciaram «as tristes cenas» registadas na lota.

Tão tristes que Manuel Seabra pode hoje continuar e espalhar arrogância, ódio e veneno por uma Comissão Parlamentar que se chama de Ética.

2 comentários:

Anónimo disse...

Isso existe na política portuguesa?! Ética?!?!
Bolas... pensei que fosse ficção!

Jose Castro disse...

Aconselho esta leitura - http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=96ECFDB6-F073-4EF3-9E66-0246CAD609F8&channelid=00000229-0000-0000-0000-000000000229 - e se quiser a complementar - o relatório do PS feito por individualidades isentas.
Repare-se que o Narciso Miranda continua afastado do partido, e todos os outros intervenientes (os opositores a Narciso na lota) continuam na forja e no tacho.
Dá que pensar...
Corroboro em tudo o resto.