Dois dos candidatos à liderança do PSD já reagiram à intenção manifestada pelo líder parlamentar do PS, Francisco Assis, de levar ao hemiciclo em São Bento a discussão sobre a norma aprovada no congresso laranja que permitirá punir vozes dissonante dentro do partido.
Pelos vistos não há nada mais importante no país para discutir, nem mesmo o Programa de (des)Estabilidade e (de)Crescimento. Além disso, os socialistas falam de cátedra porque, no caso deles, a lei da rolha existe mas não está consignada estatutariamente.
Aguiar-Branco fala de "oportunismo" e tentativa de Assis de desviar atenções, enquando Passos Coelho fala de "ridículo".
A norma em causa foi aprovada domingo, no último dia do congresso social-democrata, depois de ter sido proposta por Pedro Santana Lopes, e estabelece a possibilidade de punir com suspensão de membro do partido até dois anos ou com a expulsão os militantes que violem o dever de lealdade para com o programa, estatutos, directrizes e regulamentos do PSD, particularmente nos 60 dias anteriores a eleições.
Recebendo críticas de todos os quadrantes - e até dos candidatos à liderança laranja, que prometem tentar acabar com esta alteração estatutária já chamada de "lei da rolha" -, foi entretanto do PS que surgiram as reacções mais firmes, tendo o líder parlamentar anunciado que suscitará um debate na Assembleia da República.
Passos Coelho considerou "ridículo" que os socialistas não adiem a discussão do PEC para depois da eleição da nova direcção do PSD e no entanto "percam tempo" a discutir assuntos internos de outros partidos.
"Quem diz que pretende um consenso da sociedade portuguesa e entre todos os partidos para apresentar o PEC a Bruxelas, parece-me inteiramente ridículo que não esteja disponível, enquanto Partido Socialista, para fazer essa discussão com a nova liderança do PSD, mas queira perder tempo no plenário a discutir matérias relacionadas com as alterações estatutárias do PSD", diz Passos Coelho.
Para Aguiar-Branco, Assis viu nesta matéria uma possibilidade de desviar atenções de matérias sensíveis para os socialistas: "É uma tentativa para desviar a atenção de questões muito mais importantes, como a comissão de inquérito ao caso PT/TVI e à interferência do Governo nessa matéria e ainda apurar se o primeiro-ministro faltou à verdade na Assembleia da República".
Pois é. Nesta matéria, como noutras, a diferença entre este PS e o PSD de hoje é que um passou ao papel, deu forma estatutária, o que o outro pratica de forma velada, não assumida, e que – aliás –transpôs para todos os agentes sociais, empresariais e similares onde tem poder ou influência.
Como enquanto se atiram pedras ao adversário ninguém se lembra do que se passa na própria casa, toda ela cheia de telhados de vidro, este PS lá vai mantendo a regra velada e não assumida de todos estarem de joelhos perante o soba.
2 comentários:
AAAHAHAHAAHAH ORLANDO... esta está demais!
Já está no FB... como todos os seus artigos!
Pois, mas pelos vistos a lei da rolha já existia no PS! O Santos Silva que o diga, agora o Assis, anda fora!...ahahahhahahahaha
Este País se não existisse, tinha de ser inventado!
Veja só este Segredo. ahahahhhahahahahahaha
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