A oposição,
política, social, cultural e faminta diz que o governo português fracassou em
todas as frentes. É falso, como todos sabem, a começar pelo milhão e duzentos
mil desempregados.
"Para que serve esta receita que o Governo está a impingir aos portugueses?", questiona o líder socialista a propósito da ligeira derrapagem (três mil milhões de euros) na execução orçamental.
António José
Seguro considerou que a "receita de austeridade somada a mais
austeridade" é "um crime" e um "disparate", que
"só aumenta o desemprego, atira as empresas para a falência, provoca mais
empobrecimento e mais destruição da classe média", sem conseguir
equilibrar as contas públicas.
Tivesse António
José Seguro as qualificações de Passos Coelho (ser dono da verdade e de milhões
de escravos), saberia que o mais importante não é a sociedade que se quer
construir mas, apenas, a sociedade que se quer destruir.
Façamos um pequeno
exercício de memória, sobretudo porque os portugueses estão anestesiados,
sedados e lixados com o fantasma da crise, com a barriga vazia e com os bolsos
cheios de… cotão. Quem terá afirmado que os políticos "recebem porcaria de
volta dos cidadãos quando se lhes dirigem com falta de respeito e com promessas
não-cumpridas"?
"Se
lhes transmitirmos credibilidade os portugueses compreendem, se lhes falarmos
sem verdade e com falta de respeito, eles compreendem que estamos a ser
batoteiros e em Portugal já temos um Estado batoteiro", afirmou esse
político.
Esse dirigente partidário falava no Bom Jesus de
Braga, no dia 5 de Julho de 2008, sobre "Jovens e Política" durante
uma conferência que foi uma espécie de "universidade de Verão" para
os militantes do seu partido, antecâmara de entrada na Assembleia da República
e nas empresas públicas.
Esse
político considerou que, na política portuguesa, tem de acabar a situação de os
poderes públicos darem emprego aos amigos em vez de optarem pela qualidade
técnicas daqueles que escolhem para os cargos.
Abordando um
estudo na altura encomendado pelo Presidente da República, Cavaco Silva, sobre
a participação dos jovens na política, disse que os dados revelados sobre o
afastamento dos jovens "não são diferentes dos de Espanha, França ou mesmo
de quase todo o mundo ocidental".
Também disse
que "é preciso atacar as causas" desse afastamento, entre as quais
destacou o facto de, muitas vezes, ainda se "confundir rituais democráticos
e democracia".
"Vemos
isso acontecer em países de África ou da Ásia, mas, mesmo em democracias
ocidentais, há, por vezes, mais ritual do que democracia", acentuou.
Em
consequência dessa constatação, sublinhou que muitos jovens pensam que
"votam mas o resultado é sempre o mesmo", o que os leva a
afastarem-se das urnas e dos partidos ou movimentos políticos.
"Não
interessa chegar ao poder apenas pelo poder, mas sim indicar ao eleitorado o
que se vai fazer, dentro de paradigmas satisfatórios e cumprir", reforçou,
considerando ser necessário "cultivar o gosto pelas novas soluções",
apontando o caso dos problemas ligados ao estado social, para dizer que, quando
se candidatou às eleições directas no seu partido, "não encontrou ninguém
que fosse especialista na matéria".
"Precisamos
de ter grupos de reflexão sobre a problemática social e há muita gente
social-democrata que sabe pensar o problema, e o mesmo acontece na área das
relações internacionais, quer no que toca à Europa quer noutras áreas",
defendeu.
Disse ser
fundamental que as pessoas, em vez de se habituarem a depender do Estado,
pensem no que podem fazer para seu bem e da sociedade: "Porque não se
propõe aos manifestantes desempregados que criem uma empresa, eventualmente com
outros colegas, em vez de andarem em manifestações?", perguntou.
Foi também
esse político que exigiu na negociação para viabilizar o Orçamento para 2011
que não houvesse aumento de impostos. Foi o mesmo que exigiu igualmente que
“toda a diminuição da despesa fosse feita para que o país pudesse proceder à
consolidação das contas públicas”.
Foi o mesmo
que chegou a dizer que mexer no subsídio de férias ou no subsídio de Natal
seria um autêntico disparate.
Ora então
quem foi esse colossal batoteiro? Nada mais nada menos do que Pedro Passos
Coelho, por sinal primeiro-ministro, dono do reino, paradigma da hipocrisia.
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