Luís Filipe
Menezes, ex-líder do PSD, presidente da Câmara de Gaia, conselheiro de Estado,
ex-defensor de um Ministério da Lusofonia e putativo candidato à Câmara do
Porto, avança de Metro à conquista da praça forte do seu inimigo Rui Rio.
Hoje, Luís
Filipe Menezes lamentou que se esteja a perder tempo a discutir "jobs for
the boys" (não sei se sulistas e elitistas), numa alusão ao processo de
escolha da Administração da Metro do Porto.
"Temos
problemas sociais gravíssimos, temos que tratar do emprego, das creches, dos
problemas que afligem os cidadãos e agora estamos a discutir nomes para a Junta
Metropolitana e a arranjar 'jobs for the boys'", diz Menezes, quase
parecendo um outro Menezes, por sinal deputado e vice-presidente parlamentar do
PSD e seu filho, quando acusou o PS de fazer "chafurdice política".
Frisando
sempre que está "completamente a leste" e "fora" do
assunto, Menezes (o pai) assinalou que "não há um único amigo próximo do
presidente da Câmara de Gaia" que "no último ano tenha sido nomeado
para qualquer cargo público relevante na área metropolitana do Porto".
É verdade. E
se calhar é mesmo aí que está o busílis da questão.
"Nenhum,
e nem todos os agentes políticos da região podem dizer o mesmo. Porquê? Porque
sou contra os 'jobs for the boys'", destacou o social-democrata que
garantiu que "nunca abriria uma guerra para colocar um amigo onde quer que
fosse".
Mais uma vez
tem todo a razão. Aliás, todos sabem que a inclusão do seu filho não só como
deputado e depois vive-presidente do grupo parlamentar se ficou a dever ao
facto de, apesar de jovem, ser um experiente e catedrático político.
Ontem, a
Junta Metropolitana do Porto (JMP) aprovou João Velez de Carvalho
(ex-administrador da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto - STCP) para
presidente da Administração da Metro do Porto, tendo Rui Rio indicado o nome de
António José Lopes para vogal executivo da empresa.
Gaia foi o
único município da Área Metropolitana do Porto a votar contra a proposta de
lista para os novos órgãos sociais da Metro do Porto, então apresentada na JMP,
por ter sido excluída na constituição dos órgãos sociais. Isto, recorde-se,
apesar de "no último ano tenha sido nomeado para qualquer cargo público
relevante na área metropolitana do Porto".
A
assembleia-geral da Metro do Porto, agendada para a tarde de ontem com o
objetivo de eleger os novos órgãos sociais, e aprovar os nomes apresentados de
manhã, foi suspensa por 15 dias, devido à ausência do representante do Estado.
Para o
autarca de Gaia, os cinco municípios que servem o metro deveriam estar
representados na Metro do Porto e "logo em primeiro lugar o Porto, cidade
central da região".
"Diria,
a seguir, a segunda maior cidade, Gaia, e depois punha para os outros cargos
todos, em posição de igualdade, Maia, Gondomar, Matosinhos", referiu,
considerando que "não é preciso ser uma luminária", para chegar a
essa conclusão. Claro que não.
Menezes
acrescentou porém que "devia ser assim, mas se não for assim, e já há
muitos anos que não é, também não vai morrer ninguém. É essa a nossa posição.
Não nos metemos nessa guerra. É um problema entre a JMP e o governo".
Adiantando
que "nos próximos anos não vai haver grande investimento no metro do
Porto", considerou que "aquilo que se exige é uma Administração que
seja muito criteriosa na gestão da exploração" e que "tem de ser
gente competente, capaz, com currículo".
Ressalta
ainda o facto de que basta pôr um
microfone à frente de Luís Filipe Menezes para se saber o que pensa e porque
pensa assim… Rui Rio.
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