domingo, junho 10, 2012

Sobretudo por uma questão de memória


O texto que se segue foi aqui publicado em 15 de Março de 2007. Nos últimos dias foi dos mais lidos. Coincidências.

“Sérgio Figueiredo, para além de ser um jornalista sério, também parecia sê-lo. Será que hoje, ao acumular o jornalismo com a administração da Fundação EDP, mantém intactas essas qualidades?

Não creio. Mas, reconheço, ser sério não é coisa que preocupe (muito) os jornalistas e, muito menos, o parecerem ser sérios.

Por alguma razão são cada vez mais os jornalistas que sabem que é sempre possível ter um cartão do partido no meio de tantos outros, mesmo que a validade seja curta. É que, se não for nos jornais, haverá sempre um lugar como assessor ou administrador.

Recompensa pelos serviços prestados? Não sei. Mas pelos serviços não prestados não será com certeza.

Como diz Inês Pedrosa, "temos cada vez mais jornalistas que saltam das redacções para se tornarem criados de luxo do poder vigente". E, é claro, depois dessa rodagem há sempre a possibilidade de ver criados saltarem do poder vigente, seja ele socialistas ou social-democrata, para serem sobas nos jornais.

Diga-se, contudo, que no caso de Sérgio Figueiredo ele próprio explica, tem explicado nos últimos tempos, a razão porque foi escolhido para administrador da Fundação EDP.

Hoje, na Visão, o jornalista escreve que “estes dois anos revelaram o Governo (português) mais reformista dos últimos dez anos.”, acrescentando – para que não restem dúvidas – que “há muito que o país não era confrontado, em tão pouco tempo, com tantas reformas, decisões e intenções”.

Boa Sérgio. Tens futuro na Administração da Fundação EDP, como em qualquer outra.”

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