O Independente, um jornal estrategicamente renascido das cinzas em Angola, ligado a Fernando Manuel, outrora membro da DISA (a polícia do Estado), hoje SINFO e ex-vice-ministro da Segurança do Estado, reaparece como um instrumento de desacreditação da imprensa privada que se atreva a não tocar pelo mesmo diapasão que o do regime. Ou não estivessem as eleições aí ao dobrar da esquina
A prova-lo é a notícia da sua primeira edição, depois de ressurgido, sobre o director do jornal angolano, este sim independente, Folha 8. A notícia tem como título “William Tonet envolvido em burlas, corrupção e mais… Folha 8 lança-se ao cabritismo a troco de silenciar intrigas e difamação.”
A notícia com a qual se abre o referido jornal, mais do que informar é um ataque pernicioso e pessoal ao director e proprietário de um dos jornais de referência da imprensa independente angolana. Talvez o que mais se insurge contra o regime antidemocrático e absolutista do presidente José Eduardo dos Santos.
William Tonet é acusado de, no desrespeito da deontologia profissional, se fazer passar por mero advogado no julgamento do General Miala, considerando-o “um bajulador de consciências a troco de alguns dólares que visavam tão-somente a absolvição dos réus e comprometer a justiça em Angola”.
Todavia, a absolvição de um réu cuja inocência é manifesta deveria orgulhar a magistratura de Angola e não a comprometer. Num Estado de Direito, mais vale uma justiça que tarda do que uma que não aparece.
De seguida, o mesmo jornal refere que o director do jornal Folha 8 terá burlado o então comandante-geral da Polícia Nacional, Alfredo Ekuikui, tendo recebido deste importantes somas de dinheiro para executar obras no centro de órfãos no Nzonge (localidade do Guenge/Kikuxe), sem que cumprisse “a troco de silenciar intrigas e difamação que envolviam o próprio comandante-geral na época. O mesmo comandante teria oferecido, ainda, “uma viatura de Toyota Land-Cruiser VX GXR, que se destinava a um dos seus comandantes provinciais, cujo nome a nossa fonte não revelou”.
O mesmo jornal continua, dizendo que na mesma altura, William Tonet “conseguiu manipular o comandante, ludibriando tudo e todos, e foi-lhe entregue, de igual modo, um valor avaliado em 4.000.000.00 de dólares, que se destinava a construção da pousada da Polícia Nacional na localidade do Mussulo, município da Samba”.
No entanto, não apresenta nenhuma prova, nem documental nem de qualquer outra natureza, muito menos é conhecida qualquer queixa apresentada por incumprimento contratual ou burla.
O jornal Independente vai mais longe ao afirmar que “com esse dinheiro, segundo pessoas próximas do visado, o mesmo efectuou uma viagem à República Federativa do Brasil, com vista a prosseguir com o tratamento do VIH/SIDA de que padece há mais de cinco anos e perspectiva a implantação naquele país da América do Sul, a criação de um jornal on-line que tem como principal objectivo denegrir a postura e os esforços do executivo angolano, com maior incidência no período eleitoral aprazado para a primeira semana do mês de Setembro de 2008”.
Para cumprir com o macabro desiderato, William Tonet, “conta com uma equipa de jornalistas nacionais e estrangeiros que no presente momento têm redigido os principais artigos detractores à política governamental do País”.
A criação do jornal on-line é uma intenção de William Tonet que nunca foi “segredo de Estado” embora, mais uma vez, haja especulação. Não é no Brasil… é em Portugal e em Angola mesmo: o Folha 8 on-line!
Quanto ao ser portador de tal doença, o panfletário texto do referido jornal vem juntar-se ao rol de outros tantos no mesmo sentido, porém tem a particularidade de ser mais ameno em relação a outros boatos que apontavam ser Tonet seropositivo há 20 anos. Agente da CIA, agente do Savimbismo, rebelde da UNITA, filho de Holden Roberto e cérebro da FNLA, instigador do PRS, partido da Lunda–Norte (terra natal do seu pai), agente do imperialismo internacional, etc.
Todavia a verdade é que nunca conseguiram provar, mesmo quando várias vezes William Tonet foi operado em Angola, a última no ano passado, a seropositividade, nas análises solicitadas e com a rede espalhada nos serviços hospitalares não seria fácil o regime ter provas. Como as não tem, passa para este método baixo e torpe de denegrir.
Mas mesmo que tivesse esse problema de saúde, a verdade é que isso não o habilita menos, quer moral, quer jornalisticamente a denunciar as barbáries do regime de Luanda. Perante a impossibilidade de desmentirem as informações que o F8 veicula, logo a calúnia é o último reduto dos algozes do Futungo.
A terminar, o semanário tido como Independente, vem ainda afirmar, de acordo com uma das suas fontes que, o jornalista “terá proposto ao general Kopelipa, Chefe da Casa Militar da Presidência da República e director do GRN, por intermédio de um emissário, para a lavagem da sua imagem, valores extremamente exorbitantes na ordem dos 100.000 dólares anuais, facto que esta figura militar rejeitou categoricamente, ponderando inclusive a denúncia pública do facto”.
Facto é que testemunhos quer do general, quer do suposto intermediário ou qualquer processo pelos factos afirmados, deles nunca se ouviu falar nem nunca por ninguém foram vistos.
Além de que, convenhamos…, a imagem do general Kopelipa precisa de muito mais do que 8.300.00 dólares/mês para ser limpa.
E se isso fosse verdade, por alma de quem o general, que vem sendo denunciado pelo F8, pela forma como desbarata o erário público e extrapola as sua competências, não aproveitaria a oportunidade de denunciar o homem que lhe quer extorquir dinheiro?
Mas esta menção deixa uma certeza, está o general Kopelipa e os seus cães de caça por detrás da carta anónima enviada a William Tonet, nas últimas semanas. Se na política não há coincidência, como acreditar que numa semana sai a carta e na outra ressurge das cinzas um jornal da Segurança de Estado, todo impresso a cores, para atacar William, Samakuva da UNITA, Miala e apresentar Kopelipa e Kwata Kanawa, secretário de Informação do MPLA, como os bons da fita?
Para esse semanário, detido pelo desconhecido comercial Damer Group Luanda, parido das entranhas da Segurança de Estado, com o estranho registo MCS – 2222-A-2000, cujos jornalistas são tão desconhecidos quanto a sua direcção, William Tonet é um “frustrado e um difamador que, usando da prerrogativa que o jornalismo confere, transformou-se num autêntico mercenário a serviço de forças ocultas”.
Segundo o semanário, “este comportamento evidenciado, visa somente criar situações adversas ao Estado e pôr em causa o processo de reconciliação entre os angolanos”
A verdade é que o Estado angolano não precisa da ajuda do William Tonet, nem de ninguém, para estar em situações adversas. A actuação do Governo e da Presidência da República, por si só, é suficientemente adversa para o Estado.
O que o Folha 8 faz é constatar. O objectivo é que o Estado se torne cada vez menos o seu pior inimigo, tendo em conta a corrupção, incúria e incompetência que proliferam nas suas instituições, aliadas a uma incompreensível falta de abertura democrática do regime.
A prova-lo é a notícia da sua primeira edição, depois de ressurgido, sobre o director do jornal angolano, este sim independente, Folha 8. A notícia tem como título “William Tonet envolvido em burlas, corrupção e mais… Folha 8 lança-se ao cabritismo a troco de silenciar intrigas e difamação.”
A notícia com a qual se abre o referido jornal, mais do que informar é um ataque pernicioso e pessoal ao director e proprietário de um dos jornais de referência da imprensa independente angolana. Talvez o que mais se insurge contra o regime antidemocrático e absolutista do presidente José Eduardo dos Santos.
William Tonet é acusado de, no desrespeito da deontologia profissional, se fazer passar por mero advogado no julgamento do General Miala, considerando-o “um bajulador de consciências a troco de alguns dólares que visavam tão-somente a absolvição dos réus e comprometer a justiça em Angola”.
Todavia, a absolvição de um réu cuja inocência é manifesta deveria orgulhar a magistratura de Angola e não a comprometer. Num Estado de Direito, mais vale uma justiça que tarda do que uma que não aparece.
De seguida, o mesmo jornal refere que o director do jornal Folha 8 terá burlado o então comandante-geral da Polícia Nacional, Alfredo Ekuikui, tendo recebido deste importantes somas de dinheiro para executar obras no centro de órfãos no Nzonge (localidade do Guenge/Kikuxe), sem que cumprisse “a troco de silenciar intrigas e difamação que envolviam o próprio comandante-geral na época. O mesmo comandante teria oferecido, ainda, “uma viatura de Toyota Land-Cruiser VX GXR, que se destinava a um dos seus comandantes provinciais, cujo nome a nossa fonte não revelou”.
O mesmo jornal continua, dizendo que na mesma altura, William Tonet “conseguiu manipular o comandante, ludibriando tudo e todos, e foi-lhe entregue, de igual modo, um valor avaliado em 4.000.000.00 de dólares, que se destinava a construção da pousada da Polícia Nacional na localidade do Mussulo, município da Samba”.
No entanto, não apresenta nenhuma prova, nem documental nem de qualquer outra natureza, muito menos é conhecida qualquer queixa apresentada por incumprimento contratual ou burla.
O jornal Independente vai mais longe ao afirmar que “com esse dinheiro, segundo pessoas próximas do visado, o mesmo efectuou uma viagem à República Federativa do Brasil, com vista a prosseguir com o tratamento do VIH/SIDA de que padece há mais de cinco anos e perspectiva a implantação naquele país da América do Sul, a criação de um jornal on-line que tem como principal objectivo denegrir a postura e os esforços do executivo angolano, com maior incidência no período eleitoral aprazado para a primeira semana do mês de Setembro de 2008”.
Para cumprir com o macabro desiderato, William Tonet, “conta com uma equipa de jornalistas nacionais e estrangeiros que no presente momento têm redigido os principais artigos detractores à política governamental do País”.
A criação do jornal on-line é uma intenção de William Tonet que nunca foi “segredo de Estado” embora, mais uma vez, haja especulação. Não é no Brasil… é em Portugal e em Angola mesmo: o Folha 8 on-line!
Quanto ao ser portador de tal doença, o panfletário texto do referido jornal vem juntar-se ao rol de outros tantos no mesmo sentido, porém tem a particularidade de ser mais ameno em relação a outros boatos que apontavam ser Tonet seropositivo há 20 anos. Agente da CIA, agente do Savimbismo, rebelde da UNITA, filho de Holden Roberto e cérebro da FNLA, instigador do PRS, partido da Lunda–Norte (terra natal do seu pai), agente do imperialismo internacional, etc.
Todavia a verdade é que nunca conseguiram provar, mesmo quando várias vezes William Tonet foi operado em Angola, a última no ano passado, a seropositividade, nas análises solicitadas e com a rede espalhada nos serviços hospitalares não seria fácil o regime ter provas. Como as não tem, passa para este método baixo e torpe de denegrir.
Mas mesmo que tivesse esse problema de saúde, a verdade é que isso não o habilita menos, quer moral, quer jornalisticamente a denunciar as barbáries do regime de Luanda. Perante a impossibilidade de desmentirem as informações que o F8 veicula, logo a calúnia é o último reduto dos algozes do Futungo.
A terminar, o semanário tido como Independente, vem ainda afirmar, de acordo com uma das suas fontes que, o jornalista “terá proposto ao general Kopelipa, Chefe da Casa Militar da Presidência da República e director do GRN, por intermédio de um emissário, para a lavagem da sua imagem, valores extremamente exorbitantes na ordem dos 100.000 dólares anuais, facto que esta figura militar rejeitou categoricamente, ponderando inclusive a denúncia pública do facto”.
Facto é que testemunhos quer do general, quer do suposto intermediário ou qualquer processo pelos factos afirmados, deles nunca se ouviu falar nem nunca por ninguém foram vistos.
Além de que, convenhamos…, a imagem do general Kopelipa precisa de muito mais do que 8.300.00 dólares/mês para ser limpa.
E se isso fosse verdade, por alma de quem o general, que vem sendo denunciado pelo F8, pela forma como desbarata o erário público e extrapola as sua competências, não aproveitaria a oportunidade de denunciar o homem que lhe quer extorquir dinheiro?
Mas esta menção deixa uma certeza, está o general Kopelipa e os seus cães de caça por detrás da carta anónima enviada a William Tonet, nas últimas semanas. Se na política não há coincidência, como acreditar que numa semana sai a carta e na outra ressurge das cinzas um jornal da Segurança de Estado, todo impresso a cores, para atacar William, Samakuva da UNITA, Miala e apresentar Kopelipa e Kwata Kanawa, secretário de Informação do MPLA, como os bons da fita?
Para esse semanário, detido pelo desconhecido comercial Damer Group Luanda, parido das entranhas da Segurança de Estado, com o estranho registo MCS – 2222-A-2000, cujos jornalistas são tão desconhecidos quanto a sua direcção, William Tonet é um “frustrado e um difamador que, usando da prerrogativa que o jornalismo confere, transformou-se num autêntico mercenário a serviço de forças ocultas”.
Segundo o semanário, “este comportamento evidenciado, visa somente criar situações adversas ao Estado e pôr em causa o processo de reconciliação entre os angolanos”
A verdade é que o Estado angolano não precisa da ajuda do William Tonet, nem de ninguém, para estar em situações adversas. A actuação do Governo e da Presidência da República, por si só, é suficientemente adversa para o Estado.
O que o Folha 8 faz é constatar. O objectivo é que o Estado se torne cada vez menos o seu pior inimigo, tendo em conta a corrupção, incúria e incompetência que proliferam nas suas instituições, aliadas a uma incompreensível falta de abertura democrática do regime.
1 comentário:
Os mais velhos sempre dizem, cuidado porque o feitico volta sempre ao feiticeiro.
Enviar um comentário