sábado, fevereiro 16, 2008

Força lusófona de Manutenção de Paz?

Conforme se pode ler no texto anterior («Uma força lusófona de Manutenção de Paz»), é verdade que “os recentes acontecimentos trágicos em Timor-Leste deixaram uma vez mais evidente que existe a necessidade imperiosa de uma força policial e militarizada de manutenção de paz que, no quadro da ONU, possa agir no espaço da CPLP com a eficácia, imparcialidade e compreensão da realidade local que outras forças não lusófonas, naturalmente, não podem ter”.

Concordando com a petição (por isso a subscrevi) não posso, contudo, deixar de dizer que é mais uma tentativa que, apesar de louvável, nada mais será do que chover no molhado. Isto, desde logo, porque a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (uma aberração jurídico-política feita entidade legalizada) prevê nos seus estatutos – entre outras – a cooperação entre os seus membros a nível da “defesa e da ordem pública”.

Portanto não deveria ser necessário pedir o que, desde a origem, já está consagrado. Consagrado, é certo, para inglês ver e lusófonos sonharem. Mas está lá.

Além disso, para que não nos passem ainda mais atestados de menoridade e de estupidez, importa perguntar porque razão desde 2000 existem, no terreno, os exercícios militares conjuntos e combinados entre todos os países da CPLP, chamados Felino?

Além disso, para que não nos passem ainda mais atestados de menoridade e de estupidez, importa perguntar porque razão desde 2000 está estabelecido que a génese dos Felino visa dar resposta a crises ou conflitos, armados ou não, nos estados que compõem a CPLP?

Portanto não deveria ser necessário pedir o que, desde a origem, já está consagrado. Consagrado, é certo, para inglês ver e lusófonos sonharem. Mas está lá.

Não custa assinar a petição, custa é saber que a CPLP é um elefante branco que apenas serve os poucos que têm milhões e que se está nas tintas para os milhões que têm pouco, ou nada.

3 comentários:

Klatuu o embuçado disse...

Cumpra-se os Estatutos! Não tem que se pedir licença à ONU, nem à Austrália, nem a sacana nenhum!!

VIVA PORTUGAL!
VIVA TIMOR!

Anónimo disse...

Completamente de acordo consigo caro Orlando em tudo o que disse. Parece-me também que devido aos interesses específicos de cada país nenhum estará interessado na Força de Paz da Lusofonia,..trata-se realmente de interesses e quando isso está em cima da mesa é muito difícil gerir as crises...veja-se o caso de Timor....é evidente que lhes interessa ter lá os australianos ! e fico-me por aqui. Abraço!

lourencoalmada disse...

Porque é que actualmente,de há uns anos para cá, temos sempre que nos subjugar aos interessses dos outros e não proteger os nossos? Estranho,não é?