O ministro português Augusto Santos Silva merece, no mínimo, ser proposto para o Prémio Nobel da Economia. Só agora descobri (nem todos podem ter a genialidade deste socialista) a profundidade das suas teses. Mas nunca é tarde para dar a mão à palmatória.
Ao descobrir e, é claro, pôr em prática com a cobertura não menos genial do primeiro-ministro, José Sócrates, a tese de que os jornais podem e devem ser feitos sem jornalistas, Santos Silva volta a dar luz ao mundo. E que luz.
Já viram o alcance desta teoria, testada em alguns órgãos de comunicação social “made in Portugal” com total e inequívoco êxito, para a economia mundial?
Na prática, será possível reparar automóveis sem ter mecânicos, electricisitas ou chapeiros; fazer medicina sem ter médicos ou enfermeiros; dar aulas sem ter professores; construir casas sem ter pedreiros; projectar casas sem ter arquitectos; praticar futebol sem ter futebolistas; policiar sem ter polícias; entrar em guerra sem ter militares e por aí fora.
Consta até que o Nobel da Economia, Paul Krugman, terá já metido uma cunha a Barack Obama para conseguir umas aulas com o Mestre Augusto Santos Silva.
No que me toca, agrada-me a ideia de fazer jornais sem jornalistas. Proponho, no entanto, que se passe igualmente a fazer leis sem ter deputados, a fazer política sem ter políticos e a governar sem ter ministros.
2 comentários:
Caro Orlando,
Muito antes de Augusto Santos Silva, já um antigo patrão meu, director de um jornal onde trabalhei, dizia isso mesmo. No momento em que me despedi, disse-me, e passo a citar, "posso muito bem fazer um jornal sem jornalistas, desde que tenha publicidade"...
Por isso, para o Santos Silva não sobra mais do que uma menção honrosa!
Apoiado. O homem deve ser Nobel de qualquer coisa. Ou sucessor de Sócrates. O que ainda seria mais prestigiante.
Enviar um comentário