segunda-feira, março 02, 2009

Finalmente puxaram o gatilho

No dia 8 de Janeiro de 2007 («Dois em cada três guineenses vivem(?) em pobreza absoluta») escrevi aqui que “Nino” Vieira estava a ludibriar os guineenses, embora na minha opinião não fosse possível enganar toda a gente durante todo o tempo.

Acrescentava que, mesmo famintos, ainda sobrava força aos guineenses para um dia destes puxar o gatilho. Também escrevi que: “E, para bem do povo guineense, espero que esse dia esteja perto”. Passaram-se mais de dois anos, mas finalmente puxaram o gatilho.

Dois em cada três guineenses vivem na pobreza absoluta e uma em cada quatro crianças morre antes dos cinco anos de idade. Quem o diz é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Guiné-Bissau.

“Nino” Vieira nunca pensou, enquanto saboreou várias refeições por dia, que até mesmo na rua onde morava havia gente que foi gerada com fome, nasceu com fome e morreu com fome.

A esperança de vida à nascença para um guineense é de "apenas" de 45 anos, atendendo à "fragilidade humana" na Guiné-Bissau, sobretudo por causa da "fraca" cobertura dos serviços sociais.

E tudo isto aconteceu perante a passividade criminosa do Mundo (mais ou menos) livre, mas sobretudo de uma “coisa” que dá pelo nome de CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).

Ninguém teve coragem para dizer que o presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, era um problema para a solução, optando todos por dizer que era a solução para o problema. Viu-se no que deu.

“Nino” Vieira, com a passividade criminosa da CPLP, julgou que só pelo facto de ter sido eleito democraticamente(?) tinha o direito de instituir um sistema do tipo quero, posso e mando.

A comunidade internacional, com a CPLP à cabeça, condenou o assassinato do presidente. Mas qual seria a alternativa quando se tem um presidente que é ditador, que não aceita críticas e que elimina todos os que pensem da forma diferente?

Quando o povo morre à fome e, ali mesmo ao lado, meia dúzia de privilegiados vivem à grande e à francesa, a solução é só uma, por muito que isso custe aos homólogos e similares de “Nino” Vieira, a que os guineenses encontraram.

Sem comentários: