Repetindo o modelo de discurso que há muito escreveu, José Sócrates aponta como “prioridades” aqueles que são válidas em Portugal, em Angola ou no Burlina Faso: “vencer a crise, modernizar o país, reduzir as desigualdades sociais”.
O primeiro-ministro do reino socialista e lusitano, cada vez que fala garante não lhe faltar energia, nem coragem, para enfrentar “todas as adversidades”, afirmando-se preparado para lutar para que Portugal tenha uma governação “decente, honesta e à altura das responsabilidades do momento”.
Decência e honestidade bem visíveis com a manutenção ministerial de Augusto Santos Silva, malhador de serviço e especialistas em passar atestados de menoridade aos portugueses,
“Todas as adversidades” a que alude José Sócrates querem dizer, em português de segunda (aquele que é falado e escrito pelos não socialistas), as posições dos que não acreditam que Sócrates seja Deus. Pelo menos por enquanto.
Ainda de acordo com o dono da verdade nas ocidentais praias lusitanas a norte, embora cada vez mais a sul, de Marrocos, ele quer uma governação “decente, honesta e à altura das responsabilidades do momento”.
Será que mesmo perdendo 500 mil votantes José Sócrates não compreendeu que uma governação “decente, honesta e à altura das responsabilidades do momento” não se consegue com esta nanica espécie de políticos que, na maioria dos casos, tem de se descalçar para contar até doze?
“Perante todos os ataques que lhe têm sido feitos por parte de alguns meios de comunicação social, não se sente de alguma forma cansado, ou seja, se ainda sente que tem capacidades para continuar a governar o nosso país?”, perguntou há uns tempos, numa qualquer iniciativa partidária, Alexandra Ramalho, aluna de um mestrado de arquitectura.
Na resposta, José Sócrates respondeu de forma peremptória: “Não deixarei que me vençam desta forma, não deixarei”.
Sócrates ainda não reparou (o que aliás é uma das suas enormes capacidades) na verdade dos outros, ou a que os outros julgam (também) ter direito. É que ele nunca será vencido porque... já foi há muito derrotado, mesmo continuando a ter o poder de comprar quase tudo.
José Sócrates recordou que “numa democracia quem manda é o povo, quem faz as suas escolhas não é mais ninguém a não ser o povo”.
E tem razão. O problema está em que cada vez mais (segundo Fernando Nobre, presidente da AMI, a taxa de pobreza em Portugal deverá rondar os 40%) o povo sente-se obrigado a escolher não com a cabeça mas com a barriga.
Sim. Eu sei (e importa reconhecê-lo em abono da verdade a que julgo também ter direito) que José Sócrates apenas tratou mal uma parte dos portugueses. A dos de segunda.
1 comentário:
Fora o Orlando e mais alguns, que têm a decência e honradez de dar a cara, para dizer umas valentes verdades, não estou a ver onde esteja, decência e honestidade...
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