sábado, outubro 03, 2009

É verdade: Só não vê quem não quer e
são muito poucos os que querem ver!

Kundy Paihama, ministro da Defesa do reino do MPLA, no dia 12 de Janeiro de 2008, “botou faladura” num comício na sede do Município da Matala e disse: “Durmo bem, como bem e o que restar no meu prato dou aos meus cães e não aos pobres”.

E por que não vai para os pobres?, perguntam vocês, eu também, tal como os milhões (ou serão só meia dúzia?) que todos os dias passam fome. Não vai porque não há pobres em Angola. E se não há pobres, mas há cães… é preciso alimentá-los bem.

E se todos fizessem como Kundy Paihama, não heveria cães com raiva. Continuaria a haver, é claro, angolanos a morrer à fome. Mas entre morrer à fome e morrer contaminado com raiva...

“Eu semanalmente mando um avião para as minhas fazendas buscar duas cabeças de gado; uma para mim e filhos e outra para os cães”, disse Paihama.

Não admira, por isso, que todos os angolanos procurem, afinal, ter a mesma sorte que os cães de Kundy Paihama. Tiveram, contudo, pouca sorte. Os cães que lhes tocaram em sorte estão cheios de raiva.

É claro que, embora reconhecendo a legitimidade que os cães do ministro da Defesa do MPLA e do regime que (des)governa Angola desde 1975 têm para reivindicar uma boa alimentação, não posso deixar de dar um conselho aos milhões, os tais 68%, de angolanos que são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.

Não. Não se transformem em cães para ter um prato de comida. Reivindiquem o direito tão simples de comer como os cães de Kundy Paihama.

3 comentários:

Calcinhas de Luanda disse...

Em suma, comida de cachorro para cachorro.
Tudo em família.

António da Cunha Duarte Justo disse...

Parabéns!
Tudo por uma cultura do Homem Bom na defesa dos mais indefesos!

Anónimo disse...

Até dói, Orlando, até dói!...
Não tem explicação! Existem humanos assim, ainda há quem não acredite, que reina o Império do mal?!
Tenham dó ó crentes!...
Desmascare-os Orlando, pode ser que os que ainda têm a barriga cheia, se consigam pôr, no lugar do outro... difícil, mas nunca desista, dessa sua missão.