Finalmente o Presidente da UNITA disse algumas verdades sobre alguma comunicação social angolana. Não sei se Isaías Samakuva costuma ler alguns blogues, caso aqui do Alto Hama, onde há muito se diz a mesma coisa.
Sei, contudo, que há muita boa gente em Angola (e não só) que não gosta de ler o que se diz em muitos blogues, caso entre muitos outros também do Pululu, feitos por angolanos... brancos. Mas, afinal temos razão.
O líder a UNITA afirmou, segundo o Apostolado, que “a TPA, a Rádio Nacional e o Jornal de Angola tornaram-se nos principais obstáculos ao amadurecimento da democracia angolana”.
Verdade pura e dura. Só peca por tardia mas, reconheço, mais vale tarde do que nunca. É uma verdade que pode doer, mas se dói é porque cura.
Isaías Samakuva disse também que “a Assembleia representativa de todos os angolanos não pode permitir que estes órgãos, que pertencem a todos os angolanos, continuem a atentar contra o pluralismo de expressão, que é um dos fundamentos da República de Angola”.
Neste caso, Samakuva voltou a meter água. Desde logo porque, bem vistas as coisas, a esmagadora maioria dos deputados da Assembleia Nacional não representa todos os angolanos. Representa os seus interesses pessoais e os do MPLA o que, convenhamos, só por mero acaso coincide com o interesse dos angolanos.
Por outro lado, o pluralismo de expressão é o fundamento de um Estado de Direito que, como todos sabem, não é (pelo menos por enquanto) o caso de Angola.
Samakuva insiste que “não há liberdade na imprensa pública”. Do seu ponto de vista, “o Governo deixou de dialogar e asfixiou a democracia”, ao invés de reforçá-la.
Tem razão. Toda a razão. Todavia, ao que parece e ao contrário por exemplo do que se passa nas terras de José Sócrates, o grande amigo de José Eduardo dos Santos, a imprensa privada tem alguma liberdade. Já não é mau.
Samakuva responsabiliza ainda o governo pelas assimetrias entre os angolanos. “Ao invés de promover a unidade nacional, o Governo aumenta o fosso entre ricos e pobres, promove as desigualdades e institucionaliza a exclusão social”, garante o líder da UNITA.
E é verdade. Tal como em Portugal para se ser português de primeira é preciso ser-se do PS, em Angola para se ser angolano de primeira é preciso ser acólito do MPLA. Em Luanda, tal como em Lisboa, os poucos que têm milhões continuam a ter cada vez mais milhões, e os milhões que têm pouco têm cada vez menos.
Diz Samakuva que a filosofia do Governo do MPLA é a de que “quem não está connosco é contra nós”. Tal como em Portugal, quem não está com o PS... leva forte e feio.
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