No livro “Irrepetível”, o general russo Valentin Varennikov, que fez duas comissões em Angola em 1982 e 1983, integrando as forças soviéticas, é feito o seguinte retrato de Jonas Savimbi. Este “episódio” é também referido por José Milhazes no seu livro “Angola o princípio do fim da União Soviética”:
“Político enérgico, inteligente e esperto, Savimbi, recorrendo ao seu prestígio (o seu prestígio estava ao nível do de Neto, quando estavam juntos na luta de libertação nacional), infiltrou-se em todas as províncias fulcrais, em todos os seus poros: na economia, política, organização militar, ideologia, ciência, cultura, educação.
Em cada província criou uma região militar dirigida por um comandante e um quartel-general. Levou a cabo uma mobilização e formou destacamentos armados. Equipou-os com armas, munições, equipamentos, criou centros de preparação desses destacamentos, nomeou governadores os comandantes das regiões militares que lhe eram pessoalmente fiéis.
Em toda a parte foram criadas empresas, estabelecidos contactos económicos entre as províncias. A fim de reforçar a sua imagem de dirigente e defensor dos interesses dos seus concidadãos, Savimbi dedicava-se pessoalmente à reconstrução de escolas, escrevia manuais para as classes primárias, incluindo um abecedário. Isto não podia deixar de tocar no coração dos pais, principalmente das mães: um abecedário escrito pessoalmente por Savimbi!”
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