O secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, manifestou-se, em Luanda, satisfeito com os programas de desenvolvimento social em curso em Angola. Que raio de Angola terá ele visto?
“Fiquei bastante impressionado com o progresso que tem se notado em Angola em termos de desenvolvimento social”, declarou Lynn Pascoe, certamente correspondendo ao que lhe foi solicitado no âmbito da política internacional de não fazer ondas que possam salpicar a ditadura de José Eduardo dos Santos.
"Cremos que Angola, na qualidade de membro das Nações Unidas, faça o máximo possível em cumprir as metas do desenvolvimento do milénio", augurou Lynn Pascoe que, creio, nem se deu ao trabalho de olhar pelas janelas traseiras do hotel de muitas estrelas onde esteve. Se o tivesse feito teria certamente visto uma outra Angola onde o dito desenvolvimento social é uma miragem.
As Metas de Desenvolvimento do Milénio constam na Declaração do Milénio das Nações Unidas, adoptada pelos estados membros da ONU, no dia 8 de Setembro de 2000.
Acabar com a extrema pobreza e a fome, promover a igualdade entre os sexos, erradicar doenças que causam muita vitimas mortais e fomentar novas bases para o desenvolvimento sustentável dos povos são algumas das oito desafios a alcançar até 2015.
E se estas são as metas, Lynn Pascoe não viu, não sabe, ninguém lhe disse que cerca de 70% dos angolanos são pobres?
Não sabe que todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos há angolanos que morrem de barriga vazia?
Não sabe que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica?
Não sabe que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos de idade?
Não sabe que no “ranking” que analisa a corrupção em 180 países, Angola está na posição 158?
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