sexta-feira, junho 29, 2012

Medalha sem direito a ministro!


Patrícia Mamona conquistou hoje a medalha de prata do triplo-salto nos Campeonatos da Europa de Atletismo de Helsínquia, com um salto de 14,52 centímetros.

Irá o ministro Miguel Relves recebê-la ao aeroporto? Terá Cavaco Silva tempo para lhe manifestar o orgulho português? Terá o atletismo direito a tempo de antena?

A portuguesa só foi superada pela ucraniana Olga Saladuha, campeã mundial em título e europeia há dois anos.

Patrícia Mamona, de 23 anos, que já tem mínimos A para os Jogos Olímpicos, tinha como melhores registos no seu palmarés o oitavo lugar nos Europeus de Barcelona, em 2010, e o quarto lugar nas Universíadas do ano passado.

O melhor salto da atleta lusa foi logo o primeiro, aí acrescentando dez centímetros ao recorde nacional, que já lhe pertencia.

A vencedora, Olha Saladuha, saltou 14,99 metros, recorde pessoal e melhor marca mundial do ano.

Patrícia Mamona afirmou-se "muito surpreendida" com a medalha de prata. "Estou muito, muito contente e só quero agradecer ao meu treinador [José Uva], aos meus pais, à minha família, aos meus amigos", começou por dizer, emocionada, quando chegou à zona mista do estádio olímpico da capital finlandesa, onde os jornalistas a esperavam.

O resultado surpreendeu-a, tanto mais que foi conseguido com um recorde nacional a 14,52 metros, ela que este ano ainda não tinha chegado aos 14 metros.

"Sabia que se conseguisse melhorar a minha marca, bater o recorde nacional [que era de 14,42, do ano passado], poderia conseguir uma boa classificação, mas não imaginava o pódio. Foi uma grande surpresa", reconheceu.

A atleta do Sporting, que interrompeu este ano os estudos nos EUA para se dedicar apenas ao atletismo, em ano olímpico, conseguiu o recorde nacional e o salto que lhe valeria a medalha logo no primeiro ensaio, com 14,52 metros, mais dez centímetros do que a sua marca anterior, obtida na época passada, em Lisboa, a 31 de junho.

"Eu nem costumo ser muito forte logo no primeiro ensaio, o normal é ir em crescendo. Mas já no apuramento consegui logo o salto de qualificação a abrir e hoje aconteceu o mesmo. Estou muito contente, não esperava nada...", concluiu Patrícia Mamona, que agora quer repetir a marca nos Jogos Olímpicos de forma a "poder chegar à final".

Aos 23 anos, Patrícia Mamona consegue assim o seu primeiro grande resultado como sénior, depois de ter sido uma juvenil e júnior bastante promissora.

Consegue-o numa época em que nada indicava que assim ia ser - até agora, os seus resultados têm sido dececionantes, não sendo sequer a melhor portuguesa, já que Susana Costa (a melhor das não-finalistas nestes Europeus) tem estado mais regular.

Patrícia estuda Ciências Médicas na Universidade de Clemson, onde ainda pretende fazer mestrado, após este ano sabático olímpico. Tem sido uma das referências da equipa universitária de atletismo, já com dois títulos nacionais.

Em Portugal mantém o treinador de sempre, José Uva, que a descobriu no desporto escolar, e em Clemson tem sido orientada, entre outros, por Lawrence Johnson, um dos mais prestigiados técnicos de saltos.

Nos Europeus de Helsínquia esta é já a segunda medalha para Portugal, depois do bronze de Sara Moreira nos 5.000 metros.

Patrícia Mamona não vive com Cristiano Ronaldo, não ganha o que ele ganha, não fica nos hotéis mais caros, mas – tal como Sara Moreira – traz medalhas e faz subir a Bandeira portuguesa.

Foto: YVES HERMAN/REUTERS

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta não pertence ao grupo dos mercenários com os da bola

voz a 0 db disse...

Felizmente que a Patrícia não faz o que faz por estar esperando pelo reconhecimento de uns Máfias que por acaso, ou talvez não, estão agora no Poder em Portroikal...
E verdade seja escrita... A Patrícia Mamona passaria a merecer o Respeito e Consideração de alguns Portugueses se os mandasse a TODOS bugiar... Pois afinal de contas as Carraças Mafiosas só "Gostam de Nós" enquanto temos "Medalhas" e proporcionamos momentos de audiência!

Abraço