Patrícia
Mamona conquistou hoje a medalha de prata do triplo-salto nos Campeonatos da
Europa de Atletismo de Helsínquia, com um salto de 14,52 centímetros.
Irá o
ministro Miguel Relves recebê-la ao aeroporto? Terá Cavaco Silva tempo para lhe
manifestar o orgulho português? Terá o atletismo direito a tempo de antena?
A portuguesa
só foi superada pela ucraniana Olga Saladuha, campeã mundial em título e
europeia há dois anos.
Patrícia
Mamona, de 23 anos, que já tem mínimos A para os Jogos Olímpicos, tinha como
melhores registos no seu palmarés o oitavo lugar nos Europeus de Barcelona, em
2010, e o quarto lugar nas Universíadas do ano passado.
O melhor
salto da atleta lusa foi logo o primeiro, aí acrescentando dez centímetros ao
recorde nacional, que já lhe pertencia.
A vencedora,
Olha Saladuha, saltou 14,99 metros, recorde pessoal e melhor marca mundial do
ano.
Patrícia
Mamona afirmou-se "muito surpreendida" com a medalha de prata.
"Estou muito, muito contente e só quero agradecer ao meu treinador [José
Uva], aos meus pais, à minha família, aos meus amigos", começou por dizer,
emocionada, quando chegou à zona mista do estádio olímpico da capital
finlandesa, onde os jornalistas a esperavam.
O resultado
surpreendeu-a, tanto mais que foi conseguido com um recorde nacional a 14,52
metros, ela que este ano ainda não tinha chegado aos 14 metros.
"Sabia
que se conseguisse melhorar a minha marca, bater o recorde nacional [que era de
14,42, do ano passado], poderia conseguir uma boa classificação, mas não
imaginava o pódio. Foi uma grande surpresa", reconheceu.
A atleta do
Sporting, que interrompeu este ano os estudos nos EUA para se dedicar apenas ao
atletismo, em ano olímpico, conseguiu o recorde nacional e o salto que lhe
valeria a medalha logo no primeiro ensaio, com 14,52 metros, mais dez
centímetros do que a sua marca anterior, obtida na época passada, em Lisboa, a
31 de junho.
"Eu nem
costumo ser muito forte logo no primeiro ensaio, o normal é ir em crescendo.
Mas já no apuramento consegui logo o salto de qualificação a abrir e hoje
aconteceu o mesmo. Estou muito contente, não esperava nada...", concluiu
Patrícia Mamona, que agora quer repetir a marca nos Jogos Olímpicos de forma a
"poder chegar à final".
Aos 23 anos,
Patrícia Mamona consegue assim o seu primeiro grande resultado como sénior,
depois de ter sido uma juvenil e júnior bastante promissora.
Consegue-o
numa época em que nada indicava que assim ia ser - até agora, os seus
resultados têm sido dececionantes, não sendo sequer a melhor portuguesa, já que
Susana Costa (a melhor das não-finalistas nestes Europeus) tem estado mais
regular.
Patrícia
estuda Ciências Médicas na Universidade de Clemson, onde ainda pretende fazer
mestrado, após este ano sabático olímpico. Tem sido uma das referências da
equipa universitária de atletismo, já com dois títulos nacionais.
Em Portugal
mantém o treinador de sempre, José Uva, que a descobriu no desporto escolar, e
em Clemson tem sido orientada, entre outros, por Lawrence Johnson, um dos mais
prestigiados técnicos de saltos.
Nos Europeus
de Helsínquia esta é já a segunda medalha para Portugal, depois do bronze de
Sara Moreira nos 5.000 metros.
Patrícia
Mamona não vive com Cristiano Ronaldo, não ganha o que ele ganha, não fica nos
hotéis mais caros, mas – tal como Sara Moreira – traz medalhas e faz subir a Bandeira
portuguesa.
Foto: YVES
HERMAN/REUTERS
2 comentários:
Esta não pertence ao grupo dos mercenários com os da bola
Felizmente que a Patrícia não faz o que faz por estar esperando pelo reconhecimento de uns Máfias que por acaso, ou talvez não, estão agora no Poder em Portroikal...
E verdade seja escrita... A Patrícia Mamona passaria a merecer o Respeito e Consideração de alguns Portugueses se os mandasse a TODOS bugiar... Pois afinal de contas as Carraças Mafiosas só "Gostam de Nós" enquanto temos "Medalhas" e proporcionamos momentos de audiência!
Abraço
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