Mário Soares critica a perda dos "princípios europeus". Freitas do Amaral defende que é altura de parar a pressão da chanceler alemã. E ninguém se lembra de pedir ajuda a José Eduardo dos Santos?
Mário Soares considera que não existem motivos para temer o Fundo Monetário Internacional (FMI) e lembra que, por duas vezes no passado, o FMI ajudou a pôr em ordem e na ordem Portugal.
"Hoje quem manda (em Portugal) é a senhora Merkel e um pouco o senhor Sarkozy, porque ela precisa do Sarkozy e o Sarkozy obedece", diz Mário Soares.
Freitas do Amaral também entende, em tese já que na prática é o que vê, que é tempo de travar a comportamento político da chanceler alemã e lembra que só foi eleita por 40 por cento do povo alemão.
O fundador do CDS considera, no que ao FMI respeita, que o Governo e o PSD criaram o "fantasma" da ajuda externa, criticando a insistência em “resistir” a todo o curso”.
"Tanto o Governo como o principal partido da oposição convenceram-se que seria uma fatalidade para o nosso país ter que pedir ajuda externa, fosse ela à União Europeia ou ao FMI", afirmou Freitas do Amaral, criticando o actual secretário-geral do PS por dizer “que era uma indignidade nacional recorrer ao FMI quando o fundador e primeiro secretário-geral do PS (Mário Soares) recorreu duas vezes ao FMI e não foi nenhuma indignidade e salvou o país por duas vezes da bancarrota".
Estas afirmações foram feitas ontem na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, durante a conferência sobre “Democracia no século XXI: que hierarquia de valores?”.
No tempo em que Mário Soares pediu a ajuda do FMI não havia outra alternativa. Hoje, no entanto, a situação é diferente.
Portugal pode pedir ajuda (ou até vender-se) a Angola (na linha da proposta de Ramos Horta para que Timor-Leste e Brasil comprem dívida pública portuguesa).
Se Portugal não pedir ajuda ao clã Eduardo dos Santos, o mais certo será que o regime angolano acabe por lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre a velha, caquética e esclerosada potência colonial. A hipótese, já em prática, da compra a retalho também pode ser uma alternativa.
Eu sei que a maioria dos angolanos continua a passar fome, mas se José Eduardo dos Santos está mais preocupado em comprar, ou colonizar, Portugal do que em dar de comer ao povo, quem sou eu para contestar?
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