O Congresso do Partido Socialista que decorre em Matosinhos está a demonstrar que, afinal, tudo está bem em Portugal. E o que não está, dizem os socialistas, é culpa dos maus da fita, o PSD.
Embora o tivesse dito em relação ao seu próprio partido, o PS, é caso para citar Manuel Alegre quando disse que (adaptemos a questão à Oposição) "há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa História, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE".
Pela aragem, ou não se estivesse já em campanha eleitoral, tudo parece estar diferente neste PS.
Tal como Manuel Alegre deixou de falar dos “esbirros do Santo Ofício” e dos bufos da PIDE", outros socialistas há que, perante a inevitabilidade de José Sócrates continuar a ser o sumo pontífice do partido, alinham em tudo quanto o chefe diz, aplaudindo-o euforicamente mesmo que sabendo que está a mentir.
Esta é, portanto, a fase de levar os eleitores a julgarem que o país se faz à imagem e semelhança do congresso socialista, onde existe uma casta superior (a do PS) e uns plebeus fanáticos e demagógicos que alinhasm pela Oposição.
Um dias destes (quem sabe?) os portugueses vão acordar e ver que o país não é, nunca foi, a coutada socialista que José Sócrates vende, sem nunca dizer que – por exemplo – das três vezes que o FMI teve de vir com armas e bagagens para Portugal, o país estava sempre sob governação socialista.
É claro que, como aliás é hábito, o PS/Governo não diz que soluções tem para o desemprego (700 mil), ou para as questões mais comezinhas para perto de 40% de cidadãos, como é o caso de pôr comida nos pratos da família, ou pagar a renda da casa.
José Sócrates não diz o importante mas, reconheço, continua a vender ilusões, a tentar transformar mentiras em verdades. E de tal modo tem a máquina (PS/Governo) montada que vai tentar enganar os eleitores. E pelos exemplos recentes... é bem possível que tal aconteça.
Por muita culpa que a Oposição tenha (e tem alguma) não foram Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã que disseram que José Sócrates “tornou-se autocrata, distribuindo lugares e privilégios, ultrapassando até o “centralismo democrático” de Lénine que tanto criticámos.”
Também não foram eles que retrataram o PS dizendo que o partido de José Sócrates é caracterizado por “autoritarismo interno e ausência de debate, imposição das medidas governativas como inevitáveis e sem alternativa, o que traduz dependências nacionais e internacionais não assumidas nem clarificadas para o presente e o futuro, marketing político banal e constante, de par com uma superficialidade nas bandeiras de modernização da sociedade portuguesa, falta de ética democrática e republicana na vida pública e na governação, sacrifício de políticas sociais construídas pelo próprio PS em fases anteriores, falta de credibilidade, quer por incompetência quer por hipocrisia, dando o dito por não dito em demasiadas situações de pesadas consequências".
Quem o disse foi Ana Benavente, ex-deputada socialista e secretária de Estado da Educação de António Guterres (1995-2001).
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