Um grupo de jovens, liderada por Júlio do Nascimento Paulo, avisou o governador da colónia angolana de Cabinda, Mawete João Baptista, que os jovens vão sair à rua no domingo.
Os jovens pretendem uma maior transparência nas negociações que o próprio governo angolano revelou em comunicado.
De facto, ao invés de corporizar acções de aproximação, a acção de Angola foi em sentido contrário. Desde essa altura, Cabinda tem vivido os seus dias mais dolorosos com o assassinato bárbaro dos comandantes Pirilampo e Sabata.
Como se isto não fosse suficiente, Luanda tem em velocidade acelerada uma campanha de desinformação ao nível interno para provocar a divisão entre os cabindas.
Apesar de os jovens cabindas cumpriram todos os trâmites legais, a posição do governo colonial continua a ser de uma manifesta prepotência.
Ontem chamaram os jovens e puseram-nos diante de um facto consumado: não podiam realizar a manifestação. Para consubstanciar essa arrogância e prepotência, quiseram que os jovens assinassem um documento que, para além de vexatório, estava cheio e erros.
Os jovens negaram peremptoriamente assinar o documento e abandonaram a sala.
Durante a noite, e não foi a primeira vez, elementos do regima, SINFO, foram a casa de Júlio do Nascimento Paulo, rebentaram a porta, ameaçaram-no de morte e bloquearam-lhe o telemóvel, que é da Movicel, empresa do general “Kopelipa” e de outros oficiais.
A vida de Júlio do Nascimento Paulo e companheiros corre perigo, bem como a de todos os outros membros da Sociedade Civil.
No domingo, dia da manifestação, porque os jovens decidiram, mesmo assim, saír à rua, é previsível o cenário habitual: polícia e militares com cães; helicópteros e a casa do Padre Congo, em Lândana, cercada de militares que o impedirão de sair.
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