O presidente da Confederação Empresarial Portuguesa defendeu hoje, segundo a Lusa, que “mais importante do que a ajuda externa é a ajuda interna” e a criação de condições com um Governo “que leve a bom porto os desafios” que se colocam a Portugal.
Por falar em ajuda interna, estará António Saraiva a pensar na eventualidade de suspender aqueles empresários, e não são tão poucos assim, que conseguem pôr as empresas em crise e as suas contas pessoais em manifesto e galopante crescimento?
Ou estaria a justificar, como fez o anterior presidente da CIP (28 de Maio de 2009), que o aumento dos despedimentos colectivos era consequência directa da lei que proíbe rescisões amigáveis?
Ou ainda a pensar que muitos dos despedimentos, colectivos ou não, são consequência de muitos empresários terem uma clara vocação para tudo, menos para serem empresários?
Já agora mais um “ou”. Ou cogitava sobre a razão porque há empresas a dar lucro e que optam por despedir ou, ainda, porque razão muitas empresas alegam dificuldades para despedir e logo a seguir admitem novos funcionários?
António Saraiva, que falava aos jornalistas à margem da apresentação de um estudo em Lisboa sobre o sector metalúrgico e metalomecânico em Portugal, adiantou que desde o anúncio de eleições que Portugal parou.
Quiçá tenha razão. Fico, no entanto, com a sensação – até prova em contrário - de que só se pode parar alguma coisa que esteja em movimento...
“Desde o anúncio das eleições e até Outubro o país vai parar, os investimentos não se vão fazer, a escassez de crédito será maior e a desconfiança em Portugal vai aumentar”, diz António Saraiva.
Foi pena, digo eu, que não tenha dito que o governo socialista esteve e está em cima de um tapete rolante que anda para trás e que, inteligente como ninguém, José Sócrates ao ver o movimento do tapete reparou que estava na posição contrária e começou a andar no sentido do tapete, ou seja para trás. E com ele estava e ainda está a levar o país.
A escassez de crédito hoje reforçada com a indicação de que a banca nacional cortou o crédito ao Estado, adiantou António Saraiva “é terrível para a tesouraria das empresas”.
Segundo o presidente da Confederação, Portugal está no limiar de uma situação “que exige que todos se entendam e que deixem de vender sonhos e resolvam os pesadelos”.
António Saraiva acaba, aliás, de reeditar uma velhinha tese de Cavaco Silva. “Temos de agarrar as oportunidades”, enfatizou Cavaco em Agosto de... 2008, insistindo que “apenas com trabalho” Portugal conseguirá vencer as dificuldades.
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