O Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela revelou que entre o ano de 2000 e 2008 ocorreram no país mais de mil casos de agressões a jornalistas que foram denunciados às Organizações dos Estados Americanos e das Nações Unidas.
Atendendo às fortes ligações (penso que se pode até falar de amizade) entre Hugo Chávez e José Sócrates, não percebo como é que o presidente venezuelano não adoptou os mesmos métodos praticados nas ocidentais praias lusitanas. É que em Portugal já não se agridem fisicamente (em regra) os jornalistas.
Os métodos são outros, muito mais simples e eficazes. Põem os jornalistas a pensar com a barriga, dando-lhes duas alternativas: ou comem e calam e podem pagar a conta ao merceeiro e o empréstimo da cubata, ou não comem nem calam e vão para o desemprego.
É assim que funciona. E como o reino, não o dos céus mas o das ocidentais praias lusitanas, está na mão de cobardes, a única solução apontada é mesmo comer e calar, apostar numa coluna vertebral amovível e numa cabeça que só funciona com a barriga.
Ser cobarde é a mais válida forma de (sobre)viver na sociedade portuguesa em geral e, em particular, no comércio e indústria de textos de linha branca a que, por manifesta ignorância, se chama em Portugal "jornalismo".
São esses cobardes que, por regra, comandam (mal, mas comandam) este país ou, para ser mais correcto, algumas das partes que no seu conjunto formam o país.
Por isso os cobardes apostam tudo, sobretudo o que é dos outros, na razão da força que é alimentada pela impunidade do reino. Com a cobertura, mesmo que involuntária, de muito boa gente, levam a que a força da razão perca batalhas e mais batalhas.
Ao contrário do que cheguei a pensar, esses cobardes não só estão a ganhar batalhas como poderão vencer a própria guerra. Não lhes falta apoio de quem, ao seu estilo, se está nas tintas para a liberdade de expressão, para a democracia, para as regras de um Estado de Direito.
Para gáudio dos cobardes e dos que dão cobertura aos cobardes, Portugal parece dar-se bem com a cobardia. No entanto, espero eu que um dias destes alguém descubra que esses cobardes, mascarados de heróis, para contarem até 12 têm de se descalçar.
Enquanto não são desmascarados, esses cobardes continuam a espalhar minas para matar os que pensam de maneira diferente. Mas, mais cedo ou mais tarde, os cobardes vão ser vítimas dos próprios engenhos explosivos que colocaram.
Há anos que eu digo que esses cobardes iriam continuar a calar as vozes que tentam dar voz a quem a não tem. Assim aconteceu, assim irá acontecer.
A democracia está em perigo? Claro que está. Mas o que é que isso interessa?
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