"Vejo a África como uma parte fundamental do nosso mundo", disse hoje o Presidente dos EUA, Barack Obama, numa mensagem gravada e divulgada hoje em Nairobi, durante uma conferência do programa norte-americano sobre o crescimento e as potencialidades económicas naquele continente (AGOA).
É curioso como Obama consegue ver o que outros com muitas mais responsabilidades, caso de Portugal, não enxergam apesar de, recorde-se, terem estado em África centenas de anos e ainda hoje lá terem países ditos irmãos.
"Garanto-vos o apoio completo e a parceria dos EUA", acrescentou Obama aos participantes na conferência, que procura avaliar todo o potencial da iniciativa AGOA por meio da expansão do ainda pouco significativo comércio dos EUA com a África Subsariana e do investimento norte-americano em toda esta vasta região.
A lei do Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) foi assinada pelo Presidente Bill Clinton em 18 de Maio de 2000. E hoje a sua mulher, a secretária de Estado Hillary Clinton, está a participar nos trabalhos, juntamente com as delegações de quatro dezenas de países africanos.
E enquanto África vai dando novos rumos à sua estratégia, Portugal lá vai devagar, devagarinho ou até parado, olhando para o umbigo e relendo as histórias (que não entende) de um povo que outrora deu luz ao mundo.
1 comentário:
Caro Orlando,
Oxalá Barak Obama consiga impulsionar uma mudança efectiva no estado do Mundo e em particular em África, que bem precisa de tudo, designadamente de uma compreensão da sua realidade que a maioria dos ocidentais e dos governantes deste lado não vêm e não entendem. Só quem tem uma forte vivência com África pode, eventualmente, interpretar este continente e os seus problemas. E pela minha experiência, constato que é raro alguém ver as coisas como elas são. Quanto ao papel dos portugueses em África, é com muito pena que reconheço que é um papel triste, por vezes até humilhante, sem brilho, como que renegando o passado, que foi bastante mais construtivo que o da maioria dos países colonizadores nos seus territórios coloniais.
Abraço,
Alexandre Correia
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