A líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz de 1991, está cada vez mais isolada. Amigos amigos, negócios à parte. O próprio Conselho de Segurança da ONU afastou a possbilidade de sanções contra a Birmânia, dado o anúncio do veto, neste caso, de Pequim e de Moscovo.
A China é, neste caso como noutros, o primeiro aliado da Birmânia e da junta militar. Os portos birmaneses no golfo de Bengala são utlizados para armazenar petróleo chinês oriundo do Médio Oriente e, não menos importante até mesmo para alguns dos donos do mundo (EUA e Europa), a Birmânia descobriu grandes jazidas de petróleo e gás.
Note-se que daqui a uns dias vão comerçar a ser construídos um oleoduto e um gasoduto que abastecerão a China.
Também a Índia abençoa a junta militar birmanesa, colocando-se (ou tentando) ao mesmo nível da China em matéria de influência e de benefícios, nomeadamente do gás. Na mesma linha estão outros países, caso da Tailândia.
A Rússia tem outras motivações. Mais do que a influência política, aposta na venda de centrais nucleares que só se concretizará se, é claro, Moscovo não hostilizar a Birmânia.
Quanto aos EUA, vão dando - como é habitual - uma no cravo e outra na ferradura. Apelam à junta para que acelere a democratização e, dessa forma, contentam os idealistas ocidentais. Mas, ao mesmo tempo, vão deixando que tudo continue na santa paz dos generais birmaneses. Desde logo porque sabem que é mais fácil negociar com ditadores do que com democratas.
1 comentário:
E as miúdas lá no meu blogue SUSTENTABILIDADE, cheias de esperança. Às vezes, como diz Nietzsche, a esperança é o pior inimigo do Homem...
Leva a cada balde de água fria!
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