O grupo teatral da Universidade Metodista de Angola exibiu hoje, como nos velhos (ou serão novos?) tempos, em Luanda, uma peça adaptada da obra “Renúncia Impossível”, do poeta angolano Agostinho Neto.
Razão tinha, tem, o governador do Huambo, Albino Malungo, quando no dia 20 de Junho deste ano disse que a Organização de Pioneiros Agostinho Neto (OPA) deve ser parceiro e ajudar o governo local a desenvolver programas para o bem-estar das crianças.
Pioneiros? Exactamente. Tal e qual comos nos tempos da militância marxista-leninista do pós-independência (11 de Novembro de 1975). Uma organização similar à Mocidade Portuguesa dos tempos de um outro António. Não António Agostinho Neto mas António de Oliveira Salazar.
Baseada em alguns poemas desse célebre (isto é como quem diz...) trabalho literário, a peça intitulada “Neto, Pai, Amigo e Camarada” “procurou dar forma à ideia corporalizada pelo escritor, na época em que Angola era colonizada pelas autoridades portuguesas”.
Durante a representação do grupo, foram encenadas na íntegra pelo memos 16 poemas de Agostinho Neto, entre os quais “Caminho do Mato”, “Negação”, “Sábados nos Musseques”, “Não Peças Sorrisos” e “Ópio”.
De acordo com Hélio Taveira, da direcção do grupo, a escolha do tema surgiu do facto de o escritor ter sido o “Pai da Nação Angolana e Camarada de todos que hoje vivem esta nova Angola”. “É graças a intervenção de Agostinho Neto que hoje vivemos tudo o que temos”, lembrou.
E se no passado, digo eu, os angolanos se resumiam a Agostinho Neto, hoje resumen-se a José Eduardo dos Santos. Creio que não é bem assim, mas se calhar um dias deste Angola ainda passará a chamar-se Reino do MPLA.
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