sábado, setembro 26, 2009

Os donos de Angola estão em todas...

Uma empresa britânica tornou-se esta semana a primeira do país a ser declarada culpada por subornos a políticos e funcionários estrangeiros, onde - como não poderia deixar de ser – se incluem angolanos.

De acordo com o «The Guardian», a Mabey & Johnson, com sede em Raeding, e que se dedica à construção de pontes, sendo responsável por muitos contratos financiados com dinheiro dos contribuintes britânicos, pagou subornos a 12 pessoas de seis países.

John Hardy, da Serious Fraud Office, responsável pela investigação destes crimes, referiu no tribunal londrino de Southwark que a empresa, propriedade de uma das famílias mais ricas da Grã-Bretanha, pagou um total de um milhão de libras (1.1 milhão de euros) a políticos e funcionários para conseguir contratos de exportação avaliados em cerca de 70 milhões de libras (76 milhões de euros).

A Mabey & Johnson pagou 470 mil libras (cerca de 512 mil euros) a políticos e funcionários do Gana, mas entre os subornados também figuram os nomes de ministros e funcionários de outros países como Angola, Madagáscar ou Moçambique, Bangladesh e Jamaica, refere a «EFE».

Segundo Hardy, ao longo de oito anos, a empresa entregou 100 mil libras (perto de 110 mil euros) ao ex-ministro jamaicano de Obras Públicas Joseph Hibbert para obter em troca importantes contratos, um deles avaliado em 14 milhões de libras (15.4 milhões de euros).

A empresa violou também as sanções da ONU contra o regime iraquiano de Saddam Hussein ao pagar 363 mil libras (396 mil euros) ao Governo do ditador árabe, em 2001 e 2002.

A empresa confessou os subornos e terá agora de pagar mais de 6.5 milhões de libras (7.15 milhões de euros) em multas e indemnizações aos Governos estrangeiros afectados.

Esta é a primeira vez que Serious Fraude Office chega a um acordo ao estilo norte-americano com uma empresa acusada de corromper funcionários estrangeiros.

Os investigadores decidem na próxima quarta-feira a possibilidade de aplicar um regime semelhante no caso da empresa britânica, BAE, maior fabricante de armamento do país, também acusada de suborno a estrangeiros.

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